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Fórmula E chega a São Paulo para incentivar eletromobilidade e futuro verde nas grandes cidades

Neste sábado, carros elétricos aceleram em circuito montado no Complexo do Anhembi

25 mar 2023 - 05h10
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Carros elétricos estão cada vez mais presentes nas ruas do Brasil. Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram emplacados no País, em 2022, 18.806 carros híbridos plug-in e elétricos, cujo aumento foi de 197% em relação ao ano anterior. A preocupação com o alto grau de poluição gerada por carros a combustão atinge as grandes cidades ao redor do mundo, e a Fórmula E, categoria de carros elétricos da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), se tornou um alicerce para integrar as discussões acerca do tema, envolvendo a gestão pública, fabricantes de carros e os fãs de esporte a motor.

Neste sábado, a Fórmula E realiza em São Paulo sua primeira corrida no País. Um circuito de 2,96 km foi montado no Complexo do Anhembi, zona norte da capital. Serão utilizados o Sambódromo, que comporá a maior reta da temporada com 650 metros de comprimento, e a Avenida Olavo Fontoura. Diferentemente do traçado que a Fórmula Indy usou entre 2010 e 2013, com a F-E, a Marginal Tietê não é incorporada à pista. Outra diferença é o sentido do circuito, que deixou de ser anti-horário.

A expectativa da organização é que cerca de 35 mil pessoas acompanhem de perto os carros acelerando. As arquibancadas utilizadas são as mesmas dos desfiles das escolas de samba. A prefeitura de São Paulo afirma que a movimentação financeira provocada pela prova será de R$ 300 milhões, com geração de três mil empregos formais, e justifica o investimento de R$ 38 milhões neste primeiro ano de E-Prix. Com contrato de cinco anos, com possibilidade de extensão por mais cinco, os cofres municipais devem aplicar anualmente R$ 22 milhões na realização do evento nas temporadas subsequentes. O valor se reduz, porque estruturas básicas já foram adquiridas e serão reutilizadas nas próximas corridas. Os fãs que forem para o evento poderão utilizar transporte público gratuito. A prefeitura disponibilizará ônibus elétricos que farão o trajeto entre a estação Portuguesa-Tietê da linha 1-Azul do metrô até o circuito.

O Climate Group, associação sem fins lucrativos, tem na Fórmula E um de seus embaixadores na missão de encontrar empresas comprometidas com a mudança da motorização a combustão para elétrica e ceder espaço a elas nas grandes cadeias industriais.

Ao lado da SandSi, organização cujo foco é incorporar ao meio esportivo a ideia de sustentabilidade, ajudou a abrir os olhos do mundo do automobilismo para uma necessidade global. A preservação ambiental passa pela colaboração de entidades relevantes, e o esporte é um porta-voz único, capaz de conversas com camadas sociais e etárias distintas em cada uma de suas modalidades. Na Fórmula E, toda e qualquer emissão de poluentes é compensada, seja por meio da reciclagem ou plantio de árvores, por exemplo.

O investimento, associado à sustentabilidade, é capaz de atrair grandes marcas e uma nova geração de fãs que dá muito peso às questões ambientais. A Allianz, que dá nome ao estádio do Palmeiras, comprou os naming rights do Fan Village dos circuitos da F-E. O espaço tem diversas atividades, atrações de lazer, culturais e musicais. "A Fórmula E leva tecnologia e inovação às pistas de todo o mundo. Assim, a companhia reafirma o seu compromisso de contribuir com a promoção e a transformação de uma mobilidade cada vez mais sustentável", afirma Luiz Rodrigo Cartolano, diretor executivo de Marketing e Transformação da Allianz Seguros.

NA PISTA

A Fórmula E conta com 11 equipes e 22 pilotos. Nesta temporada, a categoria passou por quatro cidades: Cidade do México, Diriyah (Arábia Saudita), Hyderabad (Índia) e Cidade do Cabo (África do Sul), realizando cinco corridas. Após o E-Prix de São Paulo, o circo vai para a Europa, com provas em Berlim e Mônaco. Ainda compõem o calendário: Jacarta (Indonésia), Portland (EUA), Roma (Itália) e Londres (Reino Unido).

Para 2023, a Fórmula E promoveu uma revolução em seu carro. Ele ficou mais enxuto e diminuiu o peso para aumentar sua velocidade, que pode chegar a 320 km/h. Outro fator determinante foi o aumento de potência dos motores, que pode regenerar até 600 kW. A unidade de potência dianteira (250 kW) regenera energia pela frenagem, enquanto a traseira traciona o veículo (350 kW). Durante a prova, os carros não precisam fazer nenhuma parada nos boxes e terão a possibilidade de ganhar potência extra (25 kW) para ultrapassagens ao sair do traçado ideal, no grampo que liga a dispersão do Sambódromo à Avenida Olavo Fontoura (curva 3), no chamado Attack Mode.

A nova geração de carros da Fórmula E (Gen3) tem revelado novas características a cada prova, mas um fator tem sido fundamental para compreender esse novo momento da categoria. O projeto aerodinâmico do Gen3 favorece as ultrapassagens, por isso não tem sido uma vantagem largar na pole position. Nenhum pole nesta temporada terminou como vencedor da prova. Assim, é imprescindível se manter próximo do carro da frente a todo o instante, para aproveitar o vácuo e atacar no momento certo para não permitir reações.

As atividades da Fórmula E com a presença de público são reservadas a um único dia. Neste sábado, o segundo treino livre acontece às 7h30, enquanto o classificatório está agendado para 9h40. A largada da corrida, que terá 31 voltas, será dada às 14h. O evento terá transmissão da Band.

Estadão
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