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Facções argentinas têm mil ingressos da Copa, afirma aliado

11 jun 2014 - 07h04
(atualizado às 07h04)
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União de torcedores argentinos se rompeu, mas aliado no Brasil crê em pelo menos mil ingressos
União de torcedores argentinos se rompeu, mas aliado no Brasil crê em pelo menos mil ingressos
Foto: Reprodução

Ex-chefe da torcida organizada Guarda Popular, do Internacional, Hierro Martins afirma que os barras bravas argentinos têm mil ingressos em mãos para a Copa do Mundo no Brasil. Antigo aliado de várias correntes que povoam as arquibancadas no futebol da Argentina, Hierro ainda detalha nesta entrevista ao Terra quais são os clubes cujos barras têm entradas para o Mundial. Segundo ele, o diretor técnico da Associação de Futebol Argentino, Carlos Bilardo, contribui para uma delas. 

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"A HUA (Hinchadas Unidas Argentinas) tinha 200 ingressos. A LBDT (Los Borrachos del Tablón, do River Plate) tinha 200 ingressos. A La 12 oficial (Boca Juniors) tinha 100 ingressos e La 12 de Rafa (Rafa Di Zeo, que articula oposição dentro da torcida do Boca) tinha 100 ingressos. Los Leales (do Estudiantes de Plate) têm muitos ingressos e outras coisas que não sei detalhar facilitadas por causa de Bilardo. Calculo um total de mil", diz Hierro. 

Nesta semana, Hierro Martins foi interrogado na Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul e passou as mesmas informações. Ele, que responde processo por tentativa de homicídio em jogo do Internacional em 2012, foi questionado a respeito de seu envolvimento na operação dos argentinos no Brasil. "Informei a verdade, que nenhum (será recebido). Alojarei apenas dois amigos jornalistas". 

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Dedicada a dificultar ao máximo a ação dos barras bravas no Brasil, a Polícia Federal já deportou dois argentinos que tentaram ingressar para o Mundial. Eles estavam na relação de 2100 torcedores com históricos problemáticos que as autoridades da Argentina forneceram à PF. Brasileiros com relacionamento, como Hierro Martins, também têm sido investigados e ouvidos. 

"Esses torcedores serão impedidos de entrar no Brasil", disse Luiz Eduardo Navajas, delegado da Interpol no Brasil, à agência AFP. "Se de alguma forma eles passarem pelo nosso controle e forem encontrados no Brasil, serão deportados, complementou. 

Hierro Martins exibe ingresso para Argentina x Nigéria com nome coberto

Entenda racha na associação de torcedores criada por presidente Cristina Kirchner

Com ingressos em mãos, entretanto, é difícil de imaginar que a ala problemática de torcedores argentinos não resolva testar o controle das autoridades do Brasil sobre suas fronteiras. Muitos desses bravas, de acordo com Hierro, têm problemas financeiros. Isso decorre do racha confirmado publicamente das Hinchadas Unidas Argentinas, grupo com correntes de diversos clubes e nasceu sob a benção do governo da presidente Cristina Kirchner na Copa 2010. 

"Desde então se iniciaram descontentamentos e debandadas", conta Hierro Martins, o maior aliado da HUA no Brasil. "Muitos barras estão se desligando. Uns tratam de vir para o Mundial, e estão se bancando os que têm condições. Só ficaram aqueles que são 'duros'. Assim sendo, não tem verba para todos viajarem e o grupo foi diminuindo, pularam fora os que ajudariam a financiar os duros. Resumindo, estão enfraquecidos pela falta de financiamento. Político ou próprio". 

Pablo "Bebote" se afastou da liderança de grupo organizado e será candidato à presidência do Independiente
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Foto: Reprodução

Hierro negociava a vinda de torcedores argentinos para a Copa há três anos, mas se retirou da função recentemente. Além da pressão das autoridades brasileiras no caso, o líder colorado também viu seu aliado Pablo Bebote Álvarez, principal figura da agora extinta HUA, mudar o foco. Ele é favorito a se transformar presidente do Independiente-ARG, clube em que exerce uma influência intensa, perigosa e completamente infiltrada. 

Até o momento, seleção argentina trabalha e joga sem presença dos barras

Pouco depois de realizarem protestos às portas da AFA em Buenos Aires em que pediam ingressos, os barras bravas se afastaram da seleção argentina e possivelmente se concentram na tentativa de chegar ao Brasil. Os amistosos contra Trinidad e Tobago, quarta passada na capital, e Eslovênia, sábado passado em La Plata, tiveram público maciço de torcedores comum. Da mesma forma nos treinamentos realizados em Ezeiza ou já em Belo Horizonte. 

Outro lado sobre Carlos Bilardo

O Terra tentou contato com a assessoria de imprensa da Associação de Futebol Argentino durante horas na última terça-feira, mas não teve suas ligações atendidas. Acusado de favorecer barras bravas do Estudiantes de La Plata, Carlos Bilardo é diretor técnico e está instalado na Cidade do Galo, em Belo Horizonte. Ele foi treinador campeão do mundo em 1986 e vice quatro anos depois. 

Fonte: Terra
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