PUBLICIDADE

Árbitro de vídeo é bom, mas pode melhorar, como no vôlei

15 ago 2018 - 12h13
(atualizado às 12h24)
Compartilhar
Exibir comentários

Polêmicas à parte, a utilização do árbitro de vídeo na Copa do Mundo da Rússia corrigiu falhas importantes da arbitragem em alguns jogos e contou com a aprovação de torcedores e da crônica esportiva, em geral. São apenas os primeiros passos da nova tecnologia no futebol. Embora não haja nenhuma sinalização da Fifa de que o uso desse recurso possa ser modificado a curto prazo, não custa ver exemplos de onde e como se recorreu ao VAR em esportes como o vôlei, o segundo mais popular do País. Essa análise permite novas discussões.

Árbitro Nestor Pitana olha o VAR no jogo entre França e Croácia, pela final da Copa do Mundo na Rússia
Árbitro Nestor Pitana olha o VAR no jogo entre França e Croácia, pela final da Copa do Mundo na Rússia
Foto: Michael Dalder / Reuters

Por que não permitir aos times (seus treinadores) que, em caso de dúvidas, tenham poder de paralisar a disputa para uma checagem na telinha?

Isso provavelmente evitaria a validação do gol da Suíça no jogo com o Brasil no Mundial, quando o zagueiro Miranda foi empurrado dentro da área. A Seleção inteira reclamou do lance, mas o árbitro de vídeo nem sequer chamou o seu colega, de campo.

No futebol, a decisão é unilateral. No vôlei, não. Neste esporte o árbitro de vídeo é chamado de Desafio e já tem sido utilizado nas principais competições mundo afora desde 2016 — a primeira vez foi nos Jogos Olímpicos do Rio.

O Desafio na quadra foi solicitado 399 vezes e em 159 oportunidades houve reversão dos pontos. A ação acabou extensiva também ao vôlei de praia, com 167 decisões analisadas e correção em 61 delas.

Para o presidente da Federação Internacional de Vôlei, Ary Graça, essa prerrogativa tem de partir dos times. Em e-mail à reportagem do Terra, ele explicou sua posição:

“É a credibilidade do esporte que está em jogo e o poder da inovação tecnológica é grande a ponto de mudar um pódio olímpico, o que vimos em 2016. As vitórias são de fato conquistadas pelos times mais eficientes em quadra. No vôlei adotamos o critério que consideramos mais justo: é dos times a prerrogativa de pedir o auxílio do VAR. Cada equipe tem o direito de acionar o árbitro de vídeo por duas vezes a cada set e, caso tenha razão, o direito persiste. Esse critério é na nossa opinião o mais transparente.”

Técnico da Seleção brasileira feminina da modalidade, José Roberto Guimarães, único treinador campeão olímpico dirigindo seleções de ambos os sexos, enaltece o recurso do árbitro de vídeo e é outro que defende a participação das equipes nas decisões:

“O vôlei era um sem o VAR e agora é outro e o fato de os times poderem pedir para rever a jogada dá mais transparência ao processo. Há momentos em que a jogadora sabe se bateu ou não no bloqueio adversário, e que o árbitro não viu. A decisão do time pedir a revisão da jogada — e a perda da prerrogativa se estiver sem razão - é muito bom. Sinto que a partir do VAR todos dentro de quadra se sentiram mais tranquilos e serenos”, disse Zé Roberto ao Terra, por meio de sua assessoria de Imprensa.

Veja também:

Veja como funcionará o árbitro de vídeo no Brasileirão:
Fonte: Silvio Alves Barsetti
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade