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Um retrato sobre a expansão do mercado de orgânicos no Brasil

Setor de orgânicos apresentou crescimento de 30% em 2020 e tendência é que esse número aumente ainda mais

25 mai 2021 - 12h02
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Mercado de orgânicos no Brasil
Mercado de orgânicos no Brasil
Foto: Shutterstock / Finanças e Empreendedorismo

Quando falamos sobre produtos orgânicos, o que vem primeiramente em sua mente? Uma dúzia de tomates vermelhinhos, belas folhas de alface ou morangos saborosos? As frutas, verduras e legumes compõem o "cardápio" de orgânicos, mas ele não para por aí.

Camisetas de algodão, rações pet ou carnes bovinas também podem ter origem orgânica. As camisetas, quando produzidas com algodão orgânico; as rações, quando derivadas de produtos orgânicos e as carnes bovinas quando produzidas com bases orgânicas desde o comecinho das suas cadeias, lá na alimentação dos animais. 

No Brasil, o mercado atual de produtos orgânicos ainda é tímido e não ocupa nem 1% do mercado mundial, contudo, ele vem, ano a ano, em processo de expansão. "Temos muita oportunidade aqui no país, muito chão, tanto literal como economicamente falando. É um chão que está sendo desbravado e que tem muito horizonte ainda", pontua Cobi Cruz, que é Diretor da Organis, uma entidade sem fins lucrativos que trabalha ativamente na promoção dos produtos de origem orgânica. 

Crescimento em meio à pandemia

Com a pandemia da Covid-19, muitas pessoas tiveram os seus trabalhos transferidos para dentro de casa. Em alguns casos, isso foi sinônimo de comidas prontas e delivery, em outros, porém, de aventuras na cozinha e novas descobertas, como o consumo de produtos orgânicos. 

De acordo com Cruz, a produção e consumo de produtos orgânicos vem crescendo anualmente e, durante o ano de 2020, este mercado movimentou cerca de R$ 5,8 bilhões. Entre as causas apontadas por Cruz que justificam esse desempenho, estão a busca por uma alimentação mais saudável e também por um ciclo produtivo menos agressivo social e ambientalmente. 

"O que aconteceu em 2020 já vinha acontecendo mesmo sem a pandemia, que é a questão da preocupação com a saúde. E não somente a preocupação com um benefício individual, mas coletivo, quando falamos da questão ambiental e social envolvidas ali também", pontua.

É hora de investir na produção de produtos orgânicos?

Para essa pergunta não há uma resposta pronta, uma vez que o cenário particular de cada produtor deve ser considerado aqui. Porém, uma coisa é certa: o mercado de orgânicos está em uma linha de crescimento liderada por um foguete que não tem planos para aterrissar tão cedo. "É um mercado que não tem volta e quanto mais cedo você entrar, mais cedo você vai ter o seu retorno", reforça Cruz.

Contudo, como pontuamos acima, o momento e situação de cada produtor deve ser analisada com bastante cautela, uma vez que o retorno financeiro não virá nos primeiros meses, como comenta Cruz no caso de alimentos orgânicos. "É uma construção, tem todo um período de conversão, de adaptação. Hoje, a gente tem um modelo de agronegócio que é difícil de romper e muita gente tem medo do novo. Muitos se questionam: será que vai funcionar? E é importante o produtor saber que ele vai passar por um período de conversão, em que a produção ficará ali no meio do caminho, não vai ser orgânico ainda e não vai ter a aparência dos produtos não-orgânicos", explica.

Além disso, o Diretor da Associação ainda comenta que o Brasil está avançando nos incentivos ao mercado orgânico, mas algumas dificuldades importantes ainda fazem parte da vida dos produtores, como é o caso do escoamento da produção. "No Brasil é difícil pois não temos uma sistematização de informação do setor. Tem muita gente que produz e tem dificuldade de escoar, enquanto tem gente que quer comprar e não encontra produto", lamenta.

Apesar disso, porém, Cruz afirma que hoje existem diversas Associações e entidades que auxiliam muito os produtores, seja na área técnica ou comercial e comenta que o mercado orgânico vem atraindo jovens empreendedores. "O orgânico está levando muitos jovens a empreender no campo, é uma perspectiva de mercado", pontua. 

Finanças e Empreendedorismo
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