Turismo para países da Escandinávia é o mais caro da Europa
As belezas dos países escandinavos são muito comentadas, mas são poucos os que se arriscam a visitar a região conhecida principalmente por seu rigoroso inverno. Outro fator que tornou os quatro nórdicos - Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia - famosos pelos turistas foi o custo para viajar por suas cidades. Os preços e os câmbios diferentes em cada país requerem uma organização mais atenta dos viajantes.
Uma comparação feita em 2010 pelo Eurostat colocou em primeiro lugar entre os países mais caros do continente Dinamarca, Noruega, Suíça e Finlândia. A presença dos três no topo da lista prova que quem quer visitar a Escandinávia precisa levar um dinheiro a mais no bolso. O proprietário da Reisen Agência de Viagens, Guilherme Goss de Paula, acredita que a pessoa precisa levar 20% a 30% a mais do que valor que levaria para outros países europeus. Viajante independente, ele esteve na região entre outubro e novembro de 2011.
Hospedagem, alimentação, transporte público e alguns passeios. De Paula acha que nenhum setor referente ao turista se salva no aumento de preços. A proprietária e guia de turismo da Lucretur Agência de Viagem e Turismo, Lucrécia Schlickmaann Fornasa, observa que na Europa os pratos à la carte, em um hotel por exemplo, custam entre 22 e 38 euros. Entretanto, De Paula afirma que as refeições podem sair mais caras nos países da Escandinávia. "Em um restaurante melhor, acredito que a partir de 30 a 50 euros, mais ou menos". Ele pondera que os pratos, porém, acabam valendo a pena porque frutos do mar são mais baratos na região. o proprietário da Reisen chegou a pesquisar preços e encontrou uma pizzaria na Noruega onde a pizza de oito fatias custa 220 coroas norueguesas, ou Krones. Em câmbio brasileiro, isso seria R$ 78,12.
Guilherme Goss de Paula conta que os passeios que fez pelas capitais e pelo interior dos países valeram muito a pena, mas também pesaram na carteira. Em um passeio que sai das cidades de Oslo, capital, ou Bergen e vai até o vilarejo de Flam, que fica dois metros acima do nível do mar, lhe custou 995 coroas norueguesas, ou R$ 353.
Por gostar do estilo de viagem mais independente, De Paula optou por ficar em albergues, que em países europeus custam em torno de 10 a 20 euros. Ele observa que na Finlândia, por exemplo, estes tipos de hospedagem custam de 20 a 30 euros por noite. Em Copenhague, na Dinamarca, um quarto compartilhado custa entre 80 e 135 coroas dinamarquesas, o que custaria entre R$ 30 e R$ 47.
Já um pacote para os quatro países nórdicos e Rússia, pela Operadora Leão Tur que atende a Lucretur Agência de Viagem e Turismo, custa 5.590 euros e mais uma taxa de embarque de US$ 345. Lucrécia Fornasa não viu grande diferença de preços entre a Escandinávia e o restante da Europa. Ela aconselha os passageiros a levarem a mesma quantia de dinheiro que levariam para outros lugares: "Em média, ele deve preparar em torno de 50 a 70 euros por dia para se alimentar, para almoço e janta e porque ele vai acabar comprando uma água ou tomando um café".
De Paula afirma que entre os países que visitou na região, Noruega foi onde encontrou os maiores preços e Finlândia, os menores. "Na Noruega, eu posso dizer que é tudo muito caro. Na Suécia, fica basicamente o mesmo preço. Acho que talvez a acomodação na capital seja um pouco mais cara que em outras cidades", observa.
Moedas devem ser providenciadas com antecedência
Na Escandinávia, cada país tem sua moeda oficial. Coroas norueguesa, dinamarquesa e sueca e o euro na Finlândia. A diferença pode causar confusão no momento de decidir que câmbio levar. O diretor comercial da Confidence Câmbio, Fabio Agostinho, aconselha os clientes que o procuram a sempre levar a moeda local do país de destino antes de sair do Brasil para evitar incômodos ao chegar. "É sempre interessante levar a moeda de cada país proporcional ao período que a pessoa está indo. Ela tem que ter uma ideia de quanto ela vai gastar por dia e em cima disso ela solicita a compra", reforça.
Agostinho ressalta que estas moedas são difíceis de serem compradas, por isso precisa saber a quantia exata que o cliente necessita. As moedas podem ser tanto trocadas dos estrangeiros que estão vindo para o Brasil, que fazem a troca nas casas de câmbio da Confidence, quanto importadas. No segundo caso, o custo é mais elevado. "Eu compro a moeda lá fora pelo o que ela vale. Para que eu traga 10 mil coroas dinamarquesas, por exemplo, tem o custo do frete, do seguro da transportadora. A logística para que este dinheiro esteja nas principais caixas é muito caro", afirma Agostinho.
Por isso faz uma ressalva aos turistas que vão viajar para estes países e desejam comprar as moedas oficiais. O cliente precisa fazer o pedido com 48 a 72 horas de antecedência na casa de câmbio.
Turista pode poupar em alimentação e transporte
Para quem viaja sozinho, são diversas as artimanhas usadas para poupar dinheiro, e os gastos podem ser diminuídos com pequenos atos. "Alimentação pode ser comprada no mercado. Tem também lojas de conveniência espalhada por tudo, tem lanches rápidos, refeições prontas, tudo que o mercado também vai ter", indica Guilherme de Paula sobre como gastar menos para comer durante o dia. Ele lembra que o camarão e o salmão são muito baratos, por isso valem a pena. "Nos albergues, eles costumam servir salmão defumado", conta.
Fazer os passeios que puder a pé também é uma boa opção para economizar. Para se deslocar entre os países, o proprietário da Reisen Agência de Viagem indica um passe único de trem que é vendido e que possibilita a circulação entre Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia.