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Trump faz nova agressão ao capitalismo americano e elege um novo inimigo: os números

Presidente americano demitiu chefe de estatísticas por discordar de resultado fraco do mercado de trabalho

2 ago 2025 - 16h26
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O presidente americano, Donald Trump elegeu um novo inimigo: os números. A demissão da chefe de estatísticas do Departamento do Trabalho dos EUA, Erika McEntarfer, na última sexta-feira, 1, é um dos episódios mais graves do capitalismo americano e lembrou os piores momentos do governo argentino de Cristina Kirchner, que fez uma intervenção no Indec (o IBGE de lá) por discordar dos dados de inflação por lá.

O fato de isso acontecer nos EUA revela como a maior economia do mundo está de joelhos perante o autoritarismo de Trump. Simplesmente não há limites para que ele consiga atacar e sabotar os princípios liberais no país.

Trump entendeu que a divulgação do payroll, com números fracos do mercado de trabalho em junho, fora manipulada por McEntarfer, simplesmente por ela ter sido indicada pelo ex-presidente Joe Biden. A decisão é ainda mais esdrúxula e sem lógica, porque Trump vem pressionando o presidente do Banco Central, Jerome Powell, a reduzir os juros. Se a criação de vagas vem abaixo do esperado, isso dá argumentos para que a taxa básica seja reduzida.

Os ataques a Powell são um capítulo à parte dessa cruzada contra o liberalismo econômico. Por ora, o presidente do banco central vem resistindo à pressão, mas, na última sexta-feira, Adriana Kugler, uma das diretoras do Fed, anunciou sua renúncia ao cargo. Ela alegou motivações pessoais, e seja qual for o motivo, o fato é que Trump ganhou a possibilidade de antecipar uma de suas indicações para a diretoria do banco, já que seu mandato iria até janeiro de 2026.

Os ataques de Trump não têm passado despercebidos pelo mercado financeiro. Em evento organizado pela XP Investimentos, o economista Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset e gestor do Fundo Verde, afirmou que os ataques a Powell ao Fed relembram o período de Alexandre Tombini no Banco Central brasileiro, durante o governo Dilma Rousseff, "só que piorado". Ele aposta que os diretores indicados por Trump vão baixar juros no ano que vem em qualquer cenário, apenas para agradar ao presidente americano.

Na Argentina, os ataques ao Indec tiveram como resultado uma perda de credibilidade não só desse indicador, mas de todos os dados que eram divulgados pelo órgão. Isso ajudou a levar o país ao ostracismo econômico internacional, junto com uma política populista e calotes na dívida em série. Os EUA são muito mais resilientes, mas é ilusão apostar que não haverá consequências.

Estadão
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