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"Sem confiança, é difícil voltar a investir", diz Parente

Presidente da BRF, Pedro Parente afirmou que indefinição no cenário político torna impossível qualquer previsão para a economia brasileira

2 out 2018 - 10h05
(atualizado às 11h26)
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O presidente da BRF, Pedro Parente, afirmou nesta terça-feira, 2, que o cenário político indefinido no País torna impossível fazer qualquer previsão sobre a economia brasileira para 2019. Para ele, o retorno ao crescimento econômico sustentado depende de questão fundamental que é confiança. "Sem confiança é muito difícil a gente voltar a investir", disse o executivo durante palestra em evento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto (SP).

De acordo com Parente, o problema fiscal brasileiro tem natureza estrutural, há a necessidade de reformas, principalmente da Previdência e, se nada for feito, existem três saídas: aumento de impostos, crescimento do alta no endividamento público ou mais inflação. "Com aumento de impostos não vamos ver um ambiente mais propício à realização de negócios no Brasil e qualquer dessas três hipóteses é muito ruim para o País", exemplificou.

Pedro Parente
24/10/2017
REUTERS/Bruno Kelly
Pedro Parente 24/10/2017 REUTERS/Bruno Kelly
Foto: Reuters

Ele também avaliou que o novo presidente da República terá de patrocinar a mais profunda agenda econômica dos últimos trinta anos. Além disso, segundo o executivo, o eleito, ou eleita, terá de conciliar, simultaneamente, ajuste e crescimento econômicos. "Como conciliar isso, vai depender de como o novo líder vai se comunicar com a sociedade", disse.

Para o executivo, serão necessárias reformas como a da Previdência e a tributária, com redução de impostos para o setor produtivo, e caberá ao novo ou nova presidente buscar consenso para a aprovação dessas propostas no Congresso. "Não há consenso na maneira de fazer a reforma da Previdência e, sem consenso, não sei se será possível fazer quatro votações no Congresso, com maioria de três quintos para a aprovação", afirmou.

Ele lembrou ainda que o sistema previdenciário brasileiro não gera autofinanciamento, funciona por "partição simples" e, com o fim do chamado "bônus demográfico", é necessária a reforma. No entanto, para o executivo, o caminho no Congresso Nacional para a aprovação dessa reforma é difícil. "Quem no Congresso Nacional pensa no interesse coletivo e no País todo? É difícil de achar. Eles se organizam em lobby e, sem juízo de valor, são bem organizados", afirmou.

Pedro Parente, quando ainda era CEO da Petrobras, após reunião em Brasília, Brasil
16/01/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino
Pedro Parente, quando ainda era CEO da Petrobras, após reunião em Brasília, Brasil 16/01/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

De acordo com Parente, o nível de investimento atual no Brasil, entre 15% e 16% do Produto Interno Bruto (PIB), permite crescimento anual da economia de apenas 1% ao ano. "Se problemas não forem enfrentados de maneira correta, não há confiança no futuro, não há investimento", afirmou.

Segundo o presidente da BRF o líder eleito "terá de deixar para trás radicalismo e sectarismo", pois, "sem convergência, não seremos capazes de fazer as reformas que precisamos". O executivo criticou também a fragmentação política no País. "O número de partidos atrapalha um governo orgânico, com uma visão integrada de conjunto e planejamento", concluiu.

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