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Qual a previsão dos economistas para a Selic após a queda do IPCA-15

Deflação do índice anunciada hoje pelo IBGE aumenta previsão para corte dos juros em agosto

25 jul 2023 - 13h00
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A deflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) deve dar munição para o governo e o setor produtivo aumentarem a pressão sobre o Banco Central no corte de juros já a partir de agosto. O índice caiu 0,07% em julho, impulsionado sobretudo pela queda no preço da energia elétrica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

BRASILIA DF 13/04/2020 ECONOMIA NEGOCIOS LINK BANCO CENTRAL Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967 FOTO Marcello Casal JrAgência Brasil
BRASILIA DF 13/04/2020 ECONOMIA NEGOCIOS LINK BANCO CENTRAL Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967 FOTO Marcello Casal JrAgência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil / Estadão

Para os analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, no entanto, o cenário continua de uma queda de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic a partir de agosto. O economista do Rabobank Renan Alves diz que o resultado reforça os bons sinais do processo de desinflação da economia doméstica.

Os destaques, diz ele, foram a desaceleração nos serviços (0,56% para 0,36%), a deflação nos bens industriais (-0,08% para -0,55%), sob influência do programa do governo federal de desconto aos automóveis, a deflação de habitação (0,96% para -0,94%), puxada pela energia elétrica, devido ao crédito do Itaipu e a nova queda em Alimentação (0,51% para -0,40%).

Conforme Sung, alguns grupos no IPCA-15 ainda estão com taxas elevadas, acima do desejado pelo BC, o que dificultaria um corte maior na semana que vem. "Mas existe essa possibilidade", reconhece.

A estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, diz que o IPCA-15 de julho apresentou um qualitativo melhor do que o esperado. A percepção, para a economista, foi atribuída principalmente ao comportamento da inflação de serviços.

Ela cita que, na margem, os serviços subjacentes arrefeceram a 0,35% ante projeção de 0,43%. Ainda segundo os cálculos da economista, o core de serviços desacelerou para 5,7% na métrica dessazonalizada da média móvel de três meses e a difusão de serviços, que estava em tendência lateral, caiu para 46%.

Esses movimentos, segundo a economista, corroboram a projeção da Warren de inflação de serviços em 5,4% no IPCA, no fim de 2023. Andréa afirma que chegou a ter dúvidas sobre a estimativa após a surpresa para cima no IPCA de junho, mas que a leitura de hoje "traz otimismo com essa velocidade de arrefecimento". Para os serviços subjacentes, ela vê alta de 5,3% em 2023.

A estrategista da Warren avalia que o qualitativo do IPCA-15 de julho pode ser usado como argumento pelo Banco Central (BC) para um corte inicial de 0,50 ponto porcentual da Selic já na reunião de agosto. Ela ressalta, no entanto, que essa não é a previsão da Warren, que mantém a expectativa de um corte menor, de 0,25 ponto.

O economista da XP Investimentos, Alexandre Maluf, também acredita que a média dos núcleos e os serviços apresentaram uma melhora inequívoca nesta leitura, o que pode aumentar marginalmente as apostas em um corte inicial da Selic de 0,50 ponto porcentual na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom).

"No entanto, as variações ainda salgadas em 12 meses da média dos núcleos (5,5%) e dos serviços subjacentes (5,9%), aliada ao discurso recente dos membros do Copom, corroboram nossa visão de corte de 0,25 ponto em agosto", emenda.

Para o diretor de Pesquisa Macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, a queda do IPCA-15 de julho reforça o corte de "ao menos" 25 pontos-base na taxa Selic na decisão do Copom de agosto.

"Na nossa avaliação, um real mais forte, preços de commodities contidos, preços de alimentos mais baixos, deflação no atacado, melhora das expectativas de inflação, e inflação corrente baixa/moderada devem apoiar uma virada na política monetária na decisão de agosto", afirma Ramos, em relatório enviado a clientes.

Estadão
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