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Projetos treinam jovens para criar novos líderes em ESG

Ideia é preparar geração para que ela seja capaz de conciliar inovação e responsabilidade socioambiental

31 ago 2025 - 03h12
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ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Por trás das metas climáticas e das pressões do mercado, cresce no Brasil uma rede de programas que aposta na formação de líderes em ESG como ferramenta de transformação social. A proposta vai além de capacitar profissionais para ocupar cargos estratégicos: trata-se de preparar uma nova geração de agentes de mudança, capazes de conciliar inovação, responsabilidade socioambiental e desenvolvimento econômico, influenciando diretamente comunidades, empresas e políticas públicas.

Um desses projetos é o Raízes do Futuro, do Einstein Hospital Israelita, que atende jovens da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. "Na prática, formar jovens lideranças climáticas significa empoderar estudantes para que sejam protagonistas da transformação: capazes de compreender os desafios ambientais que afetam sua saúde e sua comunidade, propor soluções inovadoras e mobilizar pessoas ao redor de causas socioambientais. É preparar uma geração que não apenas entende os problemas, mas também tem ferramentas para agir de forma concreta e sustentável", afirma a superintendente de Sustentabilidade do Einstein, Priscila Surita.

Jovens que participam do projeto Raízes do Futuro, do Einstein Hospital Israelita; ensinamentos que levam em conta o dia a dia dos participantes
Jovens que participam do projeto Raízes do Futuro, do Einstein Hospital Israelita; ensinamentos que levam em conta o dia a dia dos participantes
Foto: Divulgação/Einstein / Estadão

A pauta de ESG, muitas vezes vista apenas como corporativa, ganha no Raízes do Futuro um sentido concreto aplicado à vida dos alunos.

De acordo com Priscila, o programa é dividido em três partes: ambiental, com práticas de gestão de resíduos, consumo consciente de água e energia e redução de impactos climáticos; social, com debates sobre desigualdade, saúde e qualidade de vida, mostrando como as mudanças climáticas ampliam vulnerabilidades em comunidades como Paraisópolis; governança, com incentivo ao trabalho em equipe, à construção de soluções coletivas e à apresentação estruturada de projetos, com visão de impacto e responsabilidade.

Para Priscila, um dos desafios é traduzir conceitos científicos em experiências que façam sentido no cotidiano. Termos como "aquecimento global" ou "gases de efeito estufa" podem soar abstratos, mas quando é mostrado que a fumaça dos ônibus agrava problemas respiratórios, que o calor dentro de casa traz riscos à saúde ou que o acúmulo de lixo nas ruas atrai vetores de doenças, tudo se torna palpável.

"Os exemplos reais ajudam os jovens a perceberem que saúde, meio ambiente e clima não são temas distantes, mas parte da vida deles e de suas famílias."

A busca por perfis diferentes

Outro projeto que também tem como objetivo formar líderes em ESG é o The Climate Reality Project Brasil, do Centro Brasil no Clima. Nele, as turmas são formadas por pessoas com perfis diferentes, de todos os Estados, e que possam agregar nos treinamentos e também nos meses após esses encontros.

"Destacamos três pontos que consideramos essenciais para um jovem se tornar um líder climático eficaz: conhecimento científico e político para interpretar cenários climáticos e políticas públicas; habilidades de comunicação para traduzir ciência em mensagens acessíveis e mobilizadoras e capacidade de articulação para construir coalizões e influenciar tomadores de decisão. Além de incentivarmos competências de gestão de projetos, negociação e liderança colaborativa", diz o diretor do Centro Brasil no Clima e do The Climate Reality Project Brasil, Guilherme Syrkis. Um dos pontos centrais do treinamento do The Climate Reality Project Brasil é a apresentação criada pelo vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2007, o ambientalista Al Gore, que se tornou referência mundial ao traduzir a ciência do clima de forma acessível e impactante.

"Al Gore detalha os efeitos das mudanças climáticas em diferentes regiões e seus desdobramentos sociais e econômicos. Ao mesmo tempo, traz uma mensagem de otimismo: já temos tecnologia e recursos para enfrentar a crise, mas precisamos de vontade política e de capacidade para superar a pressão de lobbies que retardam as soluções", salienta Syrkis.

Em ambos os programas, a intenção é que as ações e projetos criados pelos alunos tenham continuidade e não se percam após o fim da formação. "O programa oferece metodologia de projetos, acompanhamento de especialistas e incentivo a parcerias externas. Isso garante que as ideias saiam do papel e tenham condições de continuidade. Além disso, os alunos são protagonistas das soluções, o que fortalece seu compromisso em manter as iniciativas vivas mesmo após a conclusão da formação", afirma Priscila.

Estadão
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