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Preço do tomate cai, mas cebola e batata surpreendem clientes em SP

15 abr 2013 - 08h17
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O tomate já não é mais o único "vilão" da alta de preços dos alimentos no Brasil. Na feira do último domingo da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) - uma das principais de São Paulo -, consumidores e até comerciantes reclamavam das tarifas de uma maneira geral, mas elegeram dois novos vilões: a cebola e a batata. Os dois itens sofreram aumentos de aproximadamente 15% e 25% nas últimas semanas, respectivamente, mas as taxas podem subir, pois os comerciantes alegam estar "segurando" o reajuste para não assustar a clientela.

"Pra eu ter um lucro mínimo, eu teria de cobrar R$ 5,60 (o quilo) pela cebola (argentina), porque pra nós o preço reajustou também. Estamos vendendo a R$ 3,99, ainda estamos segurando os preços", contou o comerciante Sérgio Veríssimo, 41 anos. Até o último reajuste, o quilo da cebola era vendido a R$ 3,50 na feira, ou seja, a alta foi de 15%. Se subisse para o valor "real" estimado pelo comerciante, a alta seria de 60%, ao todo.

A alta do preço da cebola no Brasil estimulou também o contrabandeado do alimento, sendo que desde janeiro fiscais já apreenderam mais de 90 toneladas do produto região da tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina. Um dos itens mais usados na cozinha, a cebola é difícil de ser cortada do cardápio diário, por isso os efeitos sobre as compras não são tão grandes. "Os clientes compram menos, mas ainda compram", explicou o feirante.

"Não tem como ficar sem cebola,mas os preços têm subido a cada semana e aí a receita é cortar outros itens", disse a dona de casa Maria das Dores, de 59 anos, que lembra que as feiras, tradicionalmente, saem bem mais em conta que os supermercados, por isso o "investimento" em sair da cama mais cedo no domingo chuvoso, cuja temperatura não passou dos 14ºC pela manhã.

A batata é outro produto que começa a assustar os consumidores, com um aumento de cerca de 25% nos últimos dias, segundo estimativas dos feirantes. De acordo com Veríssimo, alguns clientes donos de restaurantes já cogitam até deixar de servir batata frita. "Eu pagava entre R$ 80 a R$ 90 o saco (de batata), agora estou pagando entre R$ 120 a até R$ 150", disse o feirante.

Reconciliação
Alvo de brincadeiras e protagonista de "memes" na internet, o tomate parece ter feito as "pazes" com os consumidores finais, mas seus preços ainda desagradam os feirantes, que argumentam terem sofrido quedas de até 30% nos lucros em decorrência dos reajustes. Em um ano, o produto mais que dobrou de preço e seu quilo passou a variar entre R$6 e R$10 - em alguns supermercados, o valor era ainda maior. Agora, na feira da Ceagesp, o quilo (que dá cerca de 4 a 5 unidades) era encontrado por preços entre R$ 4 e R$ 5 - já o italiano, por cerca de R$ 6,80 o quilo.

"Eu não consigo viver sem meu tomatinho", brincou Maria Braga, 80 anos. "Os preços diminuíram nessa semana, mas comprar alimentos continua muito caro", reclamou a aposentada, que se alarmou com os preços da alface: entre R$ 1 e R$ 1,50 a unidade.

De acordo com o comerciante Kiyoshi Takashi, 57 anos, que tem uma banca somente de tomates, a inflação já causa prejuízos para o seu negócio. Não só os fregueses levam quantidades menores, como o valor da tabela da feira não dá conta de superar os reajustes passados pelos fornecedores. "Meu lucro caiu uns 30%", desabafa o feirante. "Eu invisto em tomates de alta qualidade, mas como o preço está assuntando os clientes, a tabela nãoestá dando conta do reajuste que a gente pagar", disse.

Com a chuva e o frio, aliados à inflação, outro produto já começa a chamar a atenção dos consumidores: a cenoura. De acordo com a comerciante Iris Ribeiro Schinen, de 54 anos, o preço do alimento sofreu variações de 50% nas últimas semanas, mas alta era esperada devido à mudança no clima. "Os alimentos estão mais caros de modo geral. O consumidor sente, mas o feirante também sofre com isso. Nos afeta muito", disse. No varejo, um maço de cenouras sai por R$ 4,50. "O cliente reclama e compra menos", completou.

Além de diminuir a quantidade e variar as opções, escolhendo verduras e legumes da estação, o jeito é evitar o desperdício na cozinha e evitar jogar comida fora por esquecimento na geladeira, aconselham os feirantes, que fazem promoções dos produtos que "sobram" nas bancas no final da feira.

O tomate já não é o único
O tomate já não é o único
Foto: Fernando Borges/Terra
Fonte: Terra
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