Paridade euro/dólar deve ser "novo normal", diz especialista
Pela primeira vez em seus 20 anos de história, o euro teve uma cotação igual à do dólar, na manhã desta terça-feira. Normalmente mais valorizado, o euro vem sofrendo quedas e agora está com cotação muito parecida com a do dólar.
Então as moedas chegaram à chamada paridade: um dólar americano - moeda dos Estados Unidos - equivale a um euro - moeda utilizada por 19 dos 27 países da União Europeia, a chamada “Zona do euro”.
Para a economista-chefe da Upon Global Capital, Nicole Kretzmann, a paridade entre euro e dólar deve ser o "novo normal" por algum tempo, por pressões pela queda do euro, de um lado, e alta do dólar do outro: “Temos acompanhado desde a semana passada uma queda abrupta do euro em relação ao dólar americano. Isso tem ocorrido tanto por uma ‘tempestade perfeita’ de fatores que exercem pressão negativa sobre o euro, quanto por fatores mais relacionados aos Estados Unidos, que valorizam o dólar”.
De acordo com a especialista, o fator mais importante na queda do euro é o possível racionamento de energia na Europa, principalmente na Alemanha e na Itália.
Esses países são mais dependentes do gás natural russo para a indústria e aquecimento: “O corte da oferta de gás obrigaria esses países a racionar energia e diminuir atividade - depreciando o euro via um pior diferencial de crescimento. Além disso, as perspectivas de crescimento para a região já estavam deterioradas desde a eclosão da guerra na Ucrânia”, analisou Kretzmann.
“Como sabemos que a crise energética na Europa deve se manter por alguns trimestres e o receio de recessão continuará, o mais provável é que esse cenário de o euro rodando próximo da paridade ante o dólar deve ser o “novo normal” por mais algum tempo”, finalizou.