PUBLICIDADE

"Não vamos sair comprando vacinas, mas poderemos agilizar"

Grupo 'Unidos pela Vacina', que conta com o apoio da empresária e de outros executivos, como os presidentes de Gol e Suzano, quer pavimentar caminho para que os brasileiros sejam imunizados, no máximo, até setembro

9 fev 2021 - 18h20
(atualizado às 19h26)
Compartilhar
Exibir comentários

Com a leitura do setor privado de que a vacinação no Brasil caminha em ritmo lento e com o consenso de que a imunização em larga escala é o único caminho a ser trilhado para garantir a recuperação da economia, um grupo de empresas, liderado por Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, lançou nesta terça-feira o 'Unidos pela Vacina'. O objetivo é convocar a sociedade civil para participar do movimento e pavimentar o caminho para que todos os brasileiros sejam imunizados, no máximo, até setembro. Para lançar o movimento, ao lado de Luiza Trajano estavam o sócio da EB Capital, Duda Sirotsky Melzer e a consultora Betania Tanure.

Luiza Helena Trajano
Luiza Helena Trajano
Foto: Paulo Lopes / Futura Press

Em tempos em que a população brasileira está cada vez mais polarizada, Luiza frisou que o movimento não tem a intenção de discutir política ou buscar culpados - 230 mil brasileiros já morreram de covid-19. "Não vamos sair comprando vacinas. O governo não precisa de dinheiro para comprar vacina, se a necessidade fosse dinheiro, seria mais fácil. Mas podemos agilizar, com influências de nossas empresas e ajudar a chegar vacina", disse Luiza, em coletiva de imprensa. "Estamos nos desafiando", afirmou.

A empresária disse que um dos esforços neste momento está no mapeamento de todas as unidades de saúde distribuídas no País, para que se possa entender os entraves. Essa "radiografia" dos municípios brasileiros estará pronta já no fim desta semana.

A empresária contou que o grupo está trabalhando há cerca de um mês e já realizou, nesta semana, reunião com a fabricante russa de vacinas Sputinik. "O governo não esá precisando de dinheiro para comprar a vacina, mas de formas de conseguir trazer a vacina. O mundo inteiro quer a vacina. Nós temos empresas que estão na China, Índia, Estados Unidos que estão querendo ajudar nessa solução", afirmou. Nesse momento, o grupo está mapeando o que cada cidade precisa para dar ritmo à vacinação contra a covid-19.

O movimento do Brasil já se organizou em grupos, cada um atacando uma frente. Um dos grupos, que está endereçando a comunicação com o governo, é liderado pelo Marcelo Silva, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). "Os negócios só prosperarão se eliminarmos ou diminuirmos rapidamente os efeitos da covid-19", disse. Outro objetivo do grupo será de ampliar o nível de conscientização do brasileiro para a vacinação. Silva frisou que esse movimento não tem qualquer relação com o grupo anterior, que tinha como objetivo a compra direta de vacinas. "Não temos qualquer interesse comercial", destacou.

Outro subgrupo está direcionado à interlocução com os governos estaduais e, o terceiro, ao relacionamento com as prefeituras. As reuniões serão periódicas. "Já estamos mapeando os 'gaps' para acabar com os entraves", disse Betania. Segundo ela, o movimento 'Unidos pela Vacina' já tem um projeto piloto na cidade do Rio de Janeiro e no município mineiro de Nova Lima. Com a experiência nessas duas cidades, iniciativas podem ser espelhadas em outras localidades.

Haverá, ainda, subgrupos com foco em alguns dos entraves que já são identificados na cadeia produtiva. O presidente da fabricante de celulose Suzano, Walter Schalka, será responsável pelo grupo dedicado aos insumos e vacinas. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, liderará um grupo com foco na logística e armazenamento. Cristina Riscala, do Grupo Mulheres do Brasil, ficará encarregada pelo grupo que olhará para a aplicação da vacinação da população em si. Os grupos são formados por participantes do Grupo Mulheres do Brasil e outros empresários que já entraram no grupo.

"Somos focados na solução, não queremos reclamar, buscar culpados, olhar para trás e sim olhar pra frente. É um movimento apartidário", disse Betania.

"Não iremos comorar vacina, mas se for necessário poderemos pensar em transporte, logística e marketing. Nosso grande ativo não é capacidade financeira, mas nossa capacidade de mobilização", afirmou Melzer, da EB Capital. "Está todo mundo comprometido em vacinar todo mundo até setembro", afirmou. A última reunião do movimento teve cerca de 400 participantes do setor privado, formado de empresários, profissionais liberais e entidades.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade