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Lula diz que premiê da Itália pediu mais tempo para aprovar acordo UE-Mercosul

18 dez 2025 - 12h53
(atualizado às 18h06)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, nesta quinta-feira, e ouviu que o governo italiano não é contrário ao acordo entre União Europeia e Mercosul, mas precisa de um tempo para convencer os agricultores de seu país.

"Na conversa ‌com a primeira-ministra Meloni, ela ponderou para mim que não é contra o acordo, ela apenas está vivendo um certo embaraço político por ‌conta dos agricultores italianos, mas que ela tem certeza que é capaz de convencê-los a aceitar o acordo", disse Lula em entrevista coletiva, em Brasília.

Na quarta-feira, o governo italiano se uniu à França e pediu um adiamento da votação do acordo no Conselho Europeu, marcada para esta quinta, e praticamente inviabilizou a assinatura do acordo no próximo sábado, em Foz do Iguaçu, como estava previsto.

"Ela então me pediu, se ‍a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo. Eu disse para ela que vou colocar o que ela me falou na reunião do Mercosul e vou propor aos companheiros decidir o que querem fazer."

De acordo com uma fonte presente ao telefonema, a primeira-ministra italiana deixou claro a Lula ‌que a posição italiana é diferente da francesa, e a Itália apoia o acordo, e garantiu ‌que deve conseguir apaziguar as questões locais.

Na quarta-feira, em discurso na reunião ministerial, o presidente mostrou irritação com mais um adiamento e ameaçou não assinar o acordo enquanto estiver no cargo.

"Está difícil, porque a Itália e a França não querem fazer por problemas políticos internos", disse.

"Eu já avisei para eles: se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente. É bom saber. Faz 26 anos que a gente espera esse acordo", afirmou. "Eu vou a Foz do Iguaçu na expectativa de que eles digam sim e não digam não. Mas também, se disserem não, nós vamos ser duros daqui para frente com eles, porque nós cedemos a tudo que era possível a diplomacia ceder."

Depois dessa fala, contou a fonte, assessores de Meloni passaram a fazer contatos com o Palácio do Planalto para amenizar a situação e decidiu-se pelo contato direto entre os dois presidentes. Há, agora, uma expectativa concreta do governo brasileiro de que o acordo possa de fato ser assinado em janeiro.

Depois da fala do presidente, Meloni afirmou, em uma nota oficial, que a Itália está pronta para apoiar o acordo assim que as questões relacionadas com a agricultura fossem resolvidas, o que poderia ser feito em pouco tempo.

Por causa das regras da UE, é necessária a aprovação do acordo por pelo menos 15 países e representação de pelo menos 65% da população do bloco. Sem a Itália, França, Polônia e Hungria, países contrários ao acordo, ‌o mínimo necessário não é atingido, o que torna os italianos fiéis da balança.

Os europeus pretendiam colocar o acordo em votação esta semana, e estava prevista a vinda a Foz do Iguaçu da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa. Ambos ainda não confirmaram que não virão, mas não são mais esperados pelo governo brasileiro, que preside o bloco até o sábado.

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