Fundo de investimentos de Nova York é abordado para comprar a CNN em venda da Warner, diz jornal
Segundo o 'Financial Times', negócio seria mais um capítulo da disputa entre Paramount e Netflix pela aquisição do gigante conglomerado de mídia
O fundo de investimentos de Nova York Standard General foi abordado para comprar ou investir nos canais de televisão a cabo da Warner Brothers, incluindo a CNN, de acordo com informações do jornal Financial Times.
De acordo com a publicação especializada no mercado financeiro, Soo Kim, fundador da empresa de investimentos, estaria negociando a compra dos canais com pelo menos um acionista majoritário da Warner, para adquirir ou investir em todos os canais ou em parte do pacote. A Warner é alvo de duas ofertas de aquisição, por parte da Netflix e da Paramount.
Segundo o Financial Times, uma injeção de dinheiro poderia impulsionar as perspectivas dos ativos de TV a cabo da Warner. O acionista que teria abordado Soo Kim não pôde ser identificado imediatamente.
A Standard General tem experiência anterior em canais de notícias. O fundo já adquiriu um grupo de redes locais, a Young Broadcasting, em 2010, combinando-o com grupos rivais e posteriormente vendendo-o.
Também comprou o Tegna, um grupo televisivo local com dezenas de emissoras de TV, em 2022, por US$ 9 bilhões. No entanto, oposição política e regulatória fizeram com que o negócio fosse encerrado em 2023. O fundo recebe financiamento do grupo de private equity Apollo.
A questão dos canais a cabo, que incluem a Discovery e a Food Network além da CNN, é crucial para as ofertas feitas para a Warner. A proposta da Netflix não inclui esses canais, que seriam vendidos à parte para outras companhias, enquanto a proposta da Paramount é por todas as propriedades.
Compra da Warner
A negociação da Warner tem movimentado o mercado midiático e financeiro dos Estados Unidos neste mês de dezembro. A proposta da Netflix é a preferida da direção do conglomerado, apesar de ser menor (US$ 27,75 por ação).
A da Paramount pretende pagar U$ 30 por ação, chegando a US$ 108 bilhões no total, mas é vista pela direção da Warner como mais insegura. A oferta da Paramount é de uma aquisição hostil, feita diretamente aos acionistas, que votarão sobre qual empresa acabará adquirindo a Warner.
Em comunicado público aos acionistas, a Warner reiterou apoio à combinação com a Netflix, afirmando que esse caminho representa "valor superior e mais certo" para os acionistas. O presidente do conselho, Samuel A. Di Piazza Jr., afirmou que, após uma "avaliação cuidadosa", o colegiado concluiu que a proposta da Paramount "tem valor inadequado, com riscos e custos significativos impostos aos nossos acionistas", acrescentando que a fusão com a Netflix oferece "benefícios convincentes" e maior previsibilidade.