Lucro da Vivo cresce 13,3% no trimestre, apoiado por pós-pago e fibra
De janeiro a outubro, foram distribuídos R$ 5,7 bilhões aos acionistas da empresa, sendo R$ 2,3 bilhões em juros sobre capital próprio
A Vivo encerrou o terceiro trimestre de 2025 com crescimento de 13,3% no lucro líquido e de 6,5% na receita, em comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro líquido atingiu R$ 1,9 bilhão, enquanto a receita total chegou a R$ 14,9 bilhões.
A Vivo encerrou o terceiro trimestre de 2025 com crescimento de 13,3% no lucro líquido e de 6,5% na receita, em comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro líquido atingiu R$ 1,9 bilhão, enquanto a receita total chegou a R$ 14,9 bilhões.
Para quem busca entender a eficiência da companhia, vale notar que o EBITDA subiu 9%, para R$ 6,5 bilhões, com margem de 43,4%, o melhor desempenho dos últimos dois anos.
De acordo com o CEO da empresa, Christian Gebara, o resultado reflete o equilíbrio entre expansão de base, eficiência operacional e foco em rentabilidade. “Crescemos acima da inflação, com controle de churn (perda de clientes) e maior fidelização”, afirmou.
Pós-pago e fibra sustentam o crescimento
Enquanto o pré-pago registrou nova queda na comparação anual — recuo de 7,6% na receita, ainda que menor que no trimestre anterior —, os planos pós-pagos e a fibra óptica continuam sustentando o bom desempenho da companhia.
O segmento pós-pago chegou a 69,8 milhões de clientes, alta de 7,3%, com crescimento de 3,9% no ARPU (receita média por usuário), que alcançou R$ 31,5. O índice de cancelamento (churn) permanece abaixo de 1%, sinal de retenção estável.
Na fibra óptica, a base de conexões cresceu 12,7% em 12 meses, totalizando 7,6 milhões de casas e empresas atendidas. O pacote Vivo Total, que combina serviços fixos e móveis, já representa 85% das novas adesões.
Segundo Gebara, o foco da empresa está em ampliar a penetração dos serviços nas regiões já cobertas, em vez de focar somente na expansão da rede. “A fidelização do cliente aumentou, e o churn da fibra caiu de 1,75% para 1,46%”, afirmou.
Pagamento de dividendos e uso de caixa
A Vivo mantém uma política de retorno elevada aos acionistas. Até outubro, foram distribuídos R$ 5,7 bilhões, sendo R$ 2,3 bilhões em juros sobre capital próprio, R$ 2 bilhões em redução de capital e R$ 1,4 bilhão em recompra de ações.
De acordo com o CFO da Vivo, David Melcon, a meta é distribuir até 100% do lucro líquido de cada exercício até 2026. “Nosso compromisso é manter uma gestão disciplinada de capital, garantindo retorno aos investidores sem comprometer os investimentos estratégicos”, afirmou.
Os investimentos somaram R$ 2,6 bilhões no trimestre, com foco na ampliação da rede de fibra e no avanço do 5G, já disponível em 683 municípios e acessível a 66,7% da população.
Inovação e startups
A companhia segue ampliando o alcance do fundo Vivo Ventures, voltado a investimentos em startups. Desde 2022, foram aplicados cerca de R$ 200 milhões em empresas de tecnologia e serviços digitais.
Entre os aportes mais recentes estão R$ 35 milhões na fintech Asaas, de automação financeira, e investimento na 180 Segundos, startup de seguros.
Questionado pelo Monitor do Mercado, parceiro do Terra, sobre o investimento em startups, mesmo em um cenário de juros altos, que costuma atingir em cheio o setor,Gebara aponta que a redução da oferta de capital de risco e abriu espaço para investimentos estratégicos a custos mais baixos. “As empresas em que investimos já estão integradas à nossa oferta, especialmente nas áreas de crédito e serviços digitais”, disse o executivo.
IoT e contrato com a Sabesp
Ao comentar os resultados, o CEO da Vivo destacou o contrato firmado com a Sabesp, prevê a instalação de 4,4 milhões de hidrômetros inteligentes em São Paulo e São José dos Campos até 2029, sendo considerado o maior projeto de IoT (internet das coisas) do mundo.
A operadora fornecerá conectividade e gestão de dados para o sistema, permitindo medição remota e detecção de vazamentos em tempo real.
A empresa alertou, contudo, que a rentabilidade do projeto depende da manutenção das isenções tributárias aplicadas a dispositivos IoT. Caso o benefício expire, parte dos custos poderá ser repassada à Sabesp.
Expansão do portfólio digital
A receita com serviços digitais corporativos, que incluem cloud, cibersegurança, big data e IoT, aumentou 34% em 12 meses e já representa 11,7% da receita total.
Na operação de consumo, os serviços de streaming e música geraram R$ 820 milhões (+19,9%), e o Vivo Pay, plataforma financeira da companhia, superou R$ 1,1 bilhão em empréstimos concedidos desde 2020.
Segundo a empresa, o objetivo é elevar gradualmente o peso desses novos negócios no faturamento, reduzindo a dependência das receitas de voz e dados.