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Juros longos sobem com aversão ao risco no exterior e receios do quadro local

10 dez 2018 - 17h14
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Os juros futuros terminaram a sessão regular em alta nos contratos de longo prazo, enquanto os demais fecharam o dia entre a estabilidade e leve queda. A ponta curta permaneceu ancorada pelas expectativas positivas quanto ao cenário de inflação, mas as taxas longas avançaram, em linha com o aumento da aversão ao risco no exterior e desconforto com o noticiário sobre depósitos suspeitos na conta do ex-assessor do senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro. Trouxe ainda algum incômodo a movimentação de caminhoneiros, que nesta segunda-feira, 10, ensaiaram uma paralisação.

A segunda-feira foi de liquidez fraca na maioria dos contratos. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 6,760%, de 6,791% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 terminou estável em 7,82%. A taxa do DI para janeiro de 2023 subiu de 9,103% para 9,22% e a do DI para janeiro de 2025 encerrou em 9,82%, de 9,962%.

O caso do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que encontrou movimentações suspeitas de cerca de R$ 1,2 milhão por um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito, foi divulgado no último dia 6 em primeira mão pelo jornal O Estado de S. Paulo. E ganhou repercussão desde então, na medida em que pode comprometer Jair Bolsonaro.

"Além das dúvidas sobre o tamanho das reformas, há demora nas explicações na história do depósito. Ainda há otimismo com o futuro governo Bolsonaro, mas não há mais carta branca", disse o economista-chefe da Spinelli, André Perfeito.

Ainda no âmbito doméstico, o movimento dos caminhoneiros contra a suspensão de multas por descumprimento da tabela do frete, por enquanto, não causa grandes transtornos, mas o mercado acompanha para ver se o caso não evolui para o que foi visto em maio e trouxe grande impacto para a inflação.

Do exterior, dados ruins da economia da China e do Japão agravam as preocupações com a desaceleração da economia global, além do impasse para a votação do Brexit pelo parlamento do Reino Unido. Com isso, há busca pela segurança do dólar, penalizando moedas de economias emergentes, ajudando a pressionar a curva longa.

Às 16h44, o dólar à vista se distanciava um pouco das máximas acima de R$ 3,94, cotado em R$ 3,9243 (+0,74%).

Estadão
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