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IBGE: volume de serviços prestados sobe 0,1% em maio ante abril

Apesar da virtual estabilidade, o setor voltou a operar no nível recorde, que já tinha sido alcançado em outubro do ano passado; ganhos foram desacelerando nos últimos quatro meses

11 jul 2025 - 16h54
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RIO - O volume de serviços prestados no País teve ligeiro avanço de 0,1% em maio ante abril. Apesar da virtual estabilidade, o setor voltou a operar no nível recorde, que já tinha sido alcançado em outubro do ano passado, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados nesta sexta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Considerando os dados de atividade - serviços, indústria e varejo - até maio, enxergamos que a economia brasileira como um todo está em processo de desaceleração e deve crescer menos do que em 2024. Entendemos que essa perda de fôlego é reflexo dos juros mais altos, que tendem a impactar os investimentos", avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

Na passagem de abril para maio, as vendas no varejo recuaram 0,2%, enquanto a produção industrial encolheu 0,5%, conforme divulgado anteriormente pelo IBGE. O C6 Bank espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2% em 2025, seguido de alta de 1,5% em 2026.

"Os dados de hoje reforçam nossa visão de desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre", corroborou o Itaú Unibanco, em relatório assinado pelas economistas Natalia Cotarelli e Marina Garrido.

Os serviços acumularam um ganho de 1,6% nos últimos quatro meses consecutivos de altas, mas foram diminuindo o ritmo ao longo do período: fevereiro (0,9%), março (0,3%), abril (0,4%) e maio (0,1%).

"O desempenho visto nos últimos meses indica que os serviços seguem resilientes, embora devam crescer menos que em 2024. Acreditamos que o setor deve terminar o ano com expansão acima de 2%, impulsionado principalmente pelos estímulos promovidos pelo governo, como o aumento de gastos, a liberação de recursos do FGTS para os trabalhadores e o incentivo à concessão de crédito", completou Claudia Moreno, do C6 Bank.

O bom resultado dos serviços tem influência da demanda empresarial, mas também do consumo das famílias, disse Rodrigo Logo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE. Embora as atividades que mais tenham sustentado o desempenho dos serviços sejam voltadas às empresas, há contribuição também do mercado de trabalho aquecido, via aquisição tanto de bens quanto de serviços.

"O consumo de bens acaba rebatendo no setor de serviços", afirma Lobo. "Empresas classificadas no setor de serviços fazem intermediação do consumo de bens, por meio das plataformas eletrônicas, por meio de aplicativos", exemplificou.

A ligeira alta de 0,1% no volume de serviços em maio ante abril foi acompanhada por três das cinco atividades investigadas: serviços profissionais, administrativos e complementares (0,9%), outros serviços (1,5%) e informação e comunicação (0,4%). Na direção oposta, houve redução nos transportes (-0,3%) e nos serviços prestados às famílias (-0,6%).

Os serviços às famílias recuaram pelo segundo mês consecutivo em maio, mas Lobo vê o resultado como apenas acomodação, após uma alta mais forte em meses anteriores em meio ao emprego aquecido.

"É uma pequena devolução em relação a ganhos recentes, não sinaliza ainda algum tipo de inflexão do cenário de ganhos deste setor", declarou Lobo. "Quanto maior a massa salarial e menor o desemprego, essas variáveis em geral contribuem para o aumento do consumo, seja de bens seja de serviços."

Nos últimos dois meses, houve contribuição positiva também da queda nos preços das passagens aéreas, que impulsionou o volume de transporte aéreo via deflator.

"O crescimento do transporte aéreo nos dois últimos meses leva a um aumento dos serviços como um todo", lembrou Rodrigo Lobo.

O setor de serviços perdeu um pouco de fôlego entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, mas permaneceu sempre em patamar muito elevado, rodando próximo ao ápice, diz ele. Setores importantes mantiveram o comportamento positivo, como os transportes, informação e comunicação, engenharia, intermediação de negócios em geral via plataformas de comércio eletrônico e aplicativos, e agenciamento de publicidade.

Na comparação com maio do ano passado, o volume de serviços avançou 3,6% em maio deste ano, a 14ª taxa positiva seguida, com elevações em quatro das cinco atividades. A taxa acumulada no ano - que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior - foi de elevação de 2,5%. A taxa acumulada em 12 meses registrou alta de 3,0%. /Com Maria Regina Silva

Estadão
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