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Haddad diz que é preciso corrigir 'escorregada' do dólar e que FHC superou crise cambial de 1999

Ministro da Fazenda afirma que falhas de comunicação no pacote de corte de gastos acentuaram valorização da moeda americana no Brasil

20 dez 2024 - 13h59
(atualizado às 14h36)
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Ministro reconheceu que houve problemas de comunicação ao fim deste ano que fortaleceram o dólar.
Ministro reconheceu que houve problemas de comunicação ao fim deste ano que fortaleceram o dólar.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na manhã desta sexta-feira, 20, que é preciso "corrigir a escorregada" do dólar no Brasil. Embora ele tenha apontado que há um cenário de fortalecimento da moeda americana em todo o mundo, ele reconheceu que o efeito sobre o real tem sido mais intenso este ano.

"Temos de corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui. Não é no sentido de buscar um nível de dólar, de mirar uma meta. Na minha opinião, o sentido que o Banco Central tinha que atuar - isso é atribuição dele - é não buscar um nível, mas um equilíbrio. Sempre que houver uma disfuncionalidade - por incerteza, insegurança, seja o que for - no mercado de câmbio e de juros, o BC deve promover correções nesse sentido", disse o ministro em café da manhã com jornalistas.

Na quarta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 6,26, maior valor da história. Nesta sexta-feira, a moeda americana opera por volta de R$ 6,07.

Questionado sobre os impactos que o dólar mais forte pode ter na campanha de 2026, o ministro afirmou que ainda é cedo para pensar em eleições, mas lembrou que o governo Fernando Henrique Cardoso passou por uma maxidesvalorização do real em 1999 e chegou competitivo ao pleito de 2002.

"Quando houve a crise cambial de 1999, o câmbio disparou, foi desvalorização de mais de 100%, foi uma pancada. O Arminio Fraga (então presidente do Banco Central) levou a Selic para 45% para segurar o câmbio e, se não fosse o apagão de 2001, o governo chegaria competitivo em 2002, e chegou. Foi ao segundo turno e disputou a reeleição. Foi caso extremo, agora não se compara", explicou Haddad.

O ministro reconheceu que houve problemas de comunicação ao fim deste ano que fortaleceram o dólar e que, por isso, é preciso "corrigir" o problema e tomar medidas para fazer com que o câmbio retome a uma situação de funcionalidade.

Para Haddad, os vazamentos ocorridos na véspera do anúncio do pacote de contenção de gastos, que incluiu a divulgação da ampliação de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, provocaram efeitos deletérios, o que exigiu muita explicação por causa da má compreensão das medidas.

"A partir do momento que BC e Tesouro atuam, e as medidas vão ficando mais claras. Eu penso que essa tensão se atenue e as coisas voltem à normalidade", disse.

Cenário externo

Essa "normalidade" foi classificada ainda por Haddad como "desafiadora" em razão do cenário externo.

"Eu li um artigo ontem que o cenário externo corresponde por alguma coisa em torno de 30%, 40% do problema. Esse cenário externo continua desafiador: os juros nos EUA, as políticas que são anunciadas após as eleições americanas... tudo isso vem gerando uma reacomodação geopolítica e econômica no mundo", afirmou.

Para Haddad, o contexto exige que o Brasil "preste atenção" na própria casa para não deixar que falhas de comunicação gerem "transtorno desnecessário".

Estadão
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