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Gavilon do Brasil demite executivo por discordância sobre negócio de moagem de trigo

22 fev 2019 - 19h00
(atualizado às 19h09)
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A trading brasileira de commodities Gavilon do Brasil, uma subsidiária da Marubeni Corp., demitiu um de seus principais executivos por divergências em relação à entrada da empresa no negócio de moagem de trigo, disse à Reuters nesta sexta-feira o gerente-geral da empresa, Fabrício Mazaia.

Logo da Marubeni, empresa da qual a Gavilon é subsidiária, em prédio de Tóquio
10/05/2016
REUTERS/Toru Hanai
Logo da Marubeni, empresa da qual a Gavilon é subsidiária, em prédio de Tóquio 10/05/2016 REUTERS/Toru Hanai
Foto: Reuters

A Gavilon faz parte de um grupo crescente de tradings de grãos não tradicionais que desafiam os pesos-pesados da indústria no Brasil ao operar no segmento "asset-light", sem instalações portuárias ou unidades de processamento.

Tal maneira de operar transformou a Gavilon em uma das 10 maiores exportadoras de soja no país após apenas quatro anos. A empresa também se tornou a principal exportadora de trigo no Brasil, com quase 50 porcento de participação de mercado.

Renato Lofrano, ex-chefe da divisão de trigo, foi demitido em meio à decisão da empresa de não entrar no segmento de moagem de trigo, disse Mazaia. A partida dele não havia sido anunciada previamente.

"A Gavilon pretende continuar no trading e na distribuição de trigo, mas não quer entrar em moagem porque acabaria competindo com seus próprios clientes no Brasil", disse Mazaia.

"O negócio de moagem é altamente concentrado no país e exige grandes investimentos", acrescentou.

A Gavilon focará em outros projetos de crescimento, principalmente no setor de soja, disse ele.

Lofrano, que foi vice-presidente e diretor comercial de trigo da Gavilon, confirmou sua partida, que ocorreu nesta semana, depois de haver trabalhado na empresa por cinco anos.

O ex-executivo negou que quisesse entrar em moagem de trigo, dizendo que seu plano era expandir uma joint venture com um sócio da Gavilon no Paraná que possui um moinho. A JV opera apenas em armazenamento e originação de trigo e não na moagem, disse ele.

Mazaia disse que o trigo constitui uma parte pequena dos negócios da Gavilon no Brasil, representando não mais do que 5 porcento dos volumes movimentados em um ano.

Apesar de não ser expressivo em termos de faturamento, o trigo é importante por fazer parte da estratégia de diversificação do portfólio da Gavilon, disse Mazaia.

A empresa espera informar "o melhor" resultado da história da Gavilon no Brasil no ano fiscal de 2018, que termina em março, disse Mazaia.

Ele estima ter comercializado no Brasil cerca de 8,5 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas no período, com a soja representando 60 porcento.

Em agosto do ano passado, a Gavilon havia dito à Reuters que poderia se tornar a maior exportadora de trigo do Brasil, respondendo por até 40 porcento das exportações, à época estimadas em 1 milhão de toneladas.

Mazaia pontuou que as exportações foram menores que o esperado, mas disse que seu market share ficou acima do previsto, em 47 porcento, consolidando a liderança da empresa.

A Gavilon do Brasil é uma subsidiária indireta da Gavilon Agriculture Investment, sediada nos EUA, que a Marubeni comprou em 2013.

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