Galípolo diz que BC não decidiu o que fazer com os juros nem em janeiro nem em março
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira que a autarquia segue dependente de dados, afirmando que "não há portas fechadas" nem "setas dadas" para as decisões de política monetária.
"Agentes estão tentando achar dica em texto que não dá dica", afirmou Galípolo sobre as comunicações mais recentes do BC. "Não decidimos o que vamos fazer nem na reunião de janeiro nem na de março nem nas próximas. Não queríamos comunicar o que vamos fazer porque não decidimos o que vamos fazer", reforçou.
De acordo com Galípolo, estar dependente de dados "significa que o trade off entre sinalizar antes o que vai fazer e usar o período para reunir dados, vale mais a pena a segunda opção".
"Eu prefiro aguardar e reunir dados", disse ele, que participa nesta quinta-feira de coletiva de imprensa em Brasília.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic em 15% ao ano e o comunicado da decisão não esclareceu dúvidas do mercado sobre a possibilidade de um corte na taxa básica de juros na reunião seguinte, no fim de janeiro.
"Entendo que exista ansiedade para que o BC sinalize o que vai fazer, mas estamos dependentes de dados", reforçou Galípolo.
ELEIÇÃO E CÂMBIO
Questionado sobre os efeitos da disputa presidencial de 2026 sobre a política monetária, Galípolo afirmou que o horizonte relevante da instituição já perpassa o processo eleitoral. De acordo com Galípolo, o BC considera como a eleição afeta a inflação corrente e as projeções.
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do BC também reiterou que as intervenções da instituição no mercado de câmbio ocorrem apenas em momentos de disfuncionalidade.