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Fórum Econômico em Davos termina com morno otimismo sobre economia

Debate esquenta com presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, falando sobre ambiente

24 jan 2020 - 13h31
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DAVOS - Com um toque de moderado otimismo sobre a economia global, o Fórum Econômico Mundial encerrou nesta sexta-feira, 24, sua reunião anual em Davos.

Com a trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, diminui o risco de mais um ano de perdas no comércio internacional, o Brexit, divórcio entre Reino Unido e União Europeia, deve ser mais tranquilo do que se temia até há pouco tempo. Na Europa, a produção industrial parece ter batido no fundo do poço e dá sinais de reação. O crescimento alemão continua firme e o susto do ano passado, quando houve uma perda de ritmo, parece assunto encerrado. A economia americana permanece em expansão. A atividade se intensifica em dezenas de economias emergentes e em desenvolvimento. Mas a inflação continua muito baixa na Europa e no Japão e, além disso, ainda há o risco de problemas financeiros num mundo de juros muito baixos e até negativos.

Este quadro geral foi desenhado na última sessão do Fórum por quatro das mais importantes autoridades financeiras do mundo: o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, a diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, o presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda, e o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz.

Os problemas ambientais, assunto de maior destaque no programa do Fórum neste ano, foram introduzidos no final do painel. O tema foi proposto pelo apresentador da sessão, uma figura também destacada no mundo das finanças. O economista chinês Zhu Min ocupou, entre outros postos importantes, a vice diretoria geral do FMI, e atualmente preside, em seu país, o Instituto Nacional de Pesquisas Financeiras.

Os convidados cumpriram o roteiro. De forma previsível, o secretário americano declarou-se preocupado, tanto quanto o presidente Donald Trump, com questões como a qualidade do ar, mas sempre negando o aquecimento global e a chamada emergência ambiental. Lagarde mais uma vez mostrou levar a sério a crise ambiental e mencionou o esforço dos economistas para integrar esse tema na análise econômica,

Das três motivações em geral exploradas no marketing, observou, só uma, o sexo, é desvinculada do problema ambiental. O medo tem ligações evidentes e manifesta-se, por exemplo,quando se trata da extinção da biodiversidade, um fato de enorme importância para o planeta. A terceira, a ambição (ou ganância) tem efeitos destruidores e envolve participantes como os formuladores de política econômica, o setor financeiro e as empresas.

Mnuchin falou das dificuldades de precificar as questões ambientais e da necessidade de pensar nas áreas mais pobres, onde milhões de pessoas nem sequer têm acesso à eletricidade. Quando a discussão pareceu esquentar, Zhu Min interferiu como um pacificador entre sua ex-chefe no FMI e o secretário americano.

O ministro Olaf Scholz mostrou otimismo quanto ao crescimento alemão e mencionou a decisão de seu governo de facilitar a imigração de trabalhadores qualificados para reforçar uma oferta considerada insuficiente. O presidente do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda, disse esperar a continuidade do crescimento econômico de 1,5%, mantido há alguns anos, mencionou a expansão do investimento em ativos fixos e em pesquisa e, como de costume, lamentou o baixo nível do consumo.Também como em outros painéis, mencionou a inflação japonesa ainda muito abaixo da meta de 2% ao ano. Lagarde também se queixou da dificuldade de elevar a inflação. Os juros estão muito baixos na zona do euro e os consumidores têm dinheiro para gastar, mas o canal de transmissão para os preços está funcionando mal.

De modo geral, o painel confirmou o cenário apresentado no começo da semana por economistas do FMI, A economia está melhor, mas o crescimento global permanece lento, devendo passar de 2,9% no ano passado para 3,3% neste ano e 3,4% no próximo.

Estadão
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