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Empresas aéreas e de commodities perdem R$ 129,8 bilhões

Desvalorização do valor de mercado em um único dia é reflexo da rápida propagação do coronavírus pelo mundo

27 fev 2020 - 04h10
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A difusão do coronavírus pelo mundo - e sua chegada ao Brasil - e a reabertura da B3 após dois dias de feriado em que as Bolsas mundiais registraram fortes quedas teve forte efeito nos principais papéis do Índice Bovespa. Somados, Petrobrás, Vale e os grandes bancos perderam R$ 115,356 bilhões em valor de mercado, com a petrolífera sozinha perdendo R$ 39,262 bilhões. Somando-se às perdas de siderúrgicas, da Suzano e de Gol e Azul, a desvalorização foi de R$ 129,830 bilhões. Nenhuma ação subiu no Ibovespa.

Gustavo Almeida, analista de ações da Spiti, explicou que com a perspectiva de impacto do coronavírus sobre o crescimento da China, as empresas exportadoras e ligadas a commodities tendem a seguir com desempenho fraco. "Papéis de commodities seguem os ciclos de crescimento. Desde 2011, os preços vêm caindo, e vemos um estímulo dos bancos centrais para que a economia volte a crescer. O coronavírus afeta esses papéis diretamente."

Ainda na quarta, 26, a Vale informou que o operador do navio MV Stellar Banner, que transportava minério de ferro para a China, comunicou a empresa que a embarcação sofreu avaria na proa e corria risco de naufrágio no litoral do Maranhão. Para Almeida, a informação se somou ao clima negativo do mercado, mas é difícil mensurar os efeitos dela para a empresa. "Vamos pensar em Brumadinho: as ações caíram, mas logo depois começaram a subir." Ao fim do pregão, a mineradora perdeu R$ 25,259 bilhões em valor.

Bancos

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caiu 4,99%; Bradesco ON, 7,32% e o papel PN teve queda de 5,38%. Banco do Brasil ON caiu 7,41%; e as Units de Santander Brasil tiveram baixa de 5,73%. As quatro instituições perderam juntas R$ 50,834 bilhões em valor de mercado. Luis Sales, analista da Guide Investimentos, afirmou que os papéis acompanharam o mau humor do mercado, embora os bancos não sejam diretamente atingidos pelo surto de coronavírus como as empresas que exportam commodities.

Aéreas

Afetado por aqui e em todo o mundo desde o começo do surto de coronavírus, o setor aéreo teve as maiores baixas. Gol PN caiu 14,31% e Azul PN, 13,30%. Filipe Villegas, estrategista da Guide Investimentos, afirmou que uma série de fatores provocados pelos temores com a doença pesam sobre o setor, como a alta do dólar e a possível queda na demanda por viagens. "Olhando as ações globais, as que mais têm sofrido são as do setor aéreo", afirmou.

Gol e Azul perderam na quarta R$ 4,157 bilhões em valor de mercado.

Estadão
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