Empreendedorismo de impacto: plataforma conecta indústria a comunidades da Amazônia
Plataforma digital fornece soluções integradas para negociações e rastreabilidade de produtos, facilitando transações e serviços na região
Construir pontes entre as comunidades da Amazônia e o mercado, promovendo valorização local e preservação da biodiversidade. Foi com esse objetivo que nasceu a Plataforma Digital da Floresta. Lançada em julho pela Fundação Certi, a ideia da iniciativa é conectar a indústria a comunidades locais, facilitando transações online de produtos e serviços na região.
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A plataforma consiste em um sistema informatizado que conecta atores das cadeias produtiva e fornece soluções integradas para negociações seguras, inteligência de dados e rastreabilidade de produtos associada à mensuração de impactos de ESG.
"Ela traz benefícios para cada uma das cooperativas cadastradas, além de contribuir para a cadeia produtiva como um todo, introduzindo uma melhor gestão organizacional, beneficiamento de produtos, padronização e certificação de qualidade", garante Marco Giagio, diretor geral do Instituto CERTI Amazônia (ICA).
As empresas que se cadastram na iniciativa podem não só visualizar os produtos ofertados, como também negociar diretamente com os produtores, a identificação do fornecedor e sua localização. Na plataforma é possível ver também a previsão logística para concretização do negócio.
"Acreditamos que as pessoas que vivem nas comunidades da Amazônia podem ter melhor qualidade de vida, renda e dignidade. Com a Plataforma Digital da Floresta, estamos construindo conexões entre os produtores e o mercado, promovendo a valorização das comunidades locais e a preservação da biodiversidade", diz a Certi.
Tendo como parceiros o Santander, Bradesco, Itaú e Vale, a plataforma oferece três produtos: o Bioconex, um conjunto de marketplaces; o Vem de Onde, que garante a rastreabilidade dos produtos comercializados; e o BI da Floresta, que armazena toda a inteligência de dados das transações.
Bioconex
Através de um único ambiente digital, simplifica transações online de produtos e serviços provenientes de comunidades da Amazônia -- muitos dos quais têm origem indígena --, incluindo integração logística e antecipação de recebíveis.
Os principais benefícios são:
- Negociação direta entre os atores da cadeia produtiva;
- Registro da oferta e demanda de produtos e serviços;
- Pagamento e recebimento com segurança e agilidade;
- Integração de serviços logísticos e financeiros;
- Indicadores de mercado e resposta às políticas de ESG.
A cooperativa Koyapó de Produtos da Floresta (COOBÂ-Y), fundada em 2011 no Sul do Pará, é uma das primeiras no uso do Bioconex para vender castanha, cumarú e artesanato. A cooperativa produz e comercializa anualmente 200 toneladas de castanhas beneficiadas e mais de 65 toneladas de castanha in natura.
Criada pela Associação Floresta Protegida, a COOBÂ-Y apoia as comunidades indígenas no acesso a diversos mercados e na geração de renda. Aproximadamente 3 mil indígenas Kayapó, de cerca de 600 famílias, participam ativamente, contribuindo para a preservação cultural e o fortalecimento da organização comunitária.
Vem de onde?
O sistema informatizado rastreia a movimentação de produtos da biodiversidade, desde a coleta na floresta até a entrega na indústria. Além disso, a plataforma garante o histórico de dados da coleta com fornecimentos de evidências auditáveis. Na prática, contribui para melhoria da gestão das cooperativas e associações, e fornece rotas seguras para o extrativista se movimentar, com mensuração de impactos e mitigação de riscos de não conformidade com as políticas de ESG atualmente exigidas pelo mercado.
Os principais resultados gerados são:
- Histórico completo da movimentação dos produtos;
- Conformidade com a política de ESG;
- Suporte à gestão das cooperativas;
- Fornecimento prévio de rota a ser seguida pelo extrativida para entrar e sair da floresta com segurança, incluindo distâncias percorridas e altimetria do território acessado.
BI da Floresta
Funciona como amplo repositório de dados e indicadores estratégicos, permitindo que todos os atores da cadeia produtiva tomem decisões, antecipem demandas e criem planejamentos com base em previsões de safra e insights socioeconômicos.
Principais resultados gerados são:
- Previsibilidade de safras e produção;
- Dados sócio-econômicos;
- Informações sobre as atividades dos Portos;
- Cobertura Vegetal da floresta amazônica.
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