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É certo que vai cair o comércio com os EUA, só não sabemos a magnitude, diz diretor do MDIC

Em agosto, primeiro mês de vigência da taxa de 50% sobre o Brasil, as exportações para os EUA caíram 18,5%

4 set 2025 - 17h32
(atualizado às 17h36)
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BRASÍLIA - O diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, disse nesta quinta-feira, 4, que "é certo" que o comércio do Brasil com os Estados Unidos vai cair em função do tarifaço aplicado por Donald Trump a produtos brasileiros. Ele ponderou que ainda não é possível saber a magnitude dessa queda.

Em agosto, primeiro mês de vigência da taxa de 50% sobre o Brasil, as exportações para os EUA caíram 18,5% (US$ 2,762 bilhões) ante o mesmo mês de 2024. No ano, de janeiro a agosto, as vendas de produtos brasileiros aos país ainda estão em terreno positivo: cresceram 1,6%, somando US$ 26,576 bilhões.

"Aumenta preço com tarifas, reduz a demanda, esse é o movimento natural, a não ser que o produto seja muito competitivo ou tenha uma elasticidade de consumo baixa", disse. "Temos que observar o movimento de comércio para chegar a um diagnóstico mais claro", completou.

Ele sustentou que o movimento das exportações aos EUA nos próximos meses vai depender do comportamento do consumidor e de exceções às tarifas, até porque são exportados aos EUA muitos bens essenciais.

Brandão também disse que não há como aferir quais países estão absorvendo os produtos que eram direcionados aos EUA.

Produtos em queda

No mês passado, na comparação com agosto de 2024, houve queda nas exportações para os EUA dos seguintes produtos: aeronaves e partes de aeronaves (-84,9%); produtos semi acabados de ferro e aço (-23,4%); óleos combustíveis (-37%); açúcar (-88,4%); minério de ferro (-100%, ou seja, não foram exportados); máquinas de energia elétrica (-45,6%); carne bovina fresca (-46,2%); motores e máquinas não elétricos (-60,9%); celulose (-22,7%); e madeira parcialmente trabalhada (-39,9%).

"Alguns produtos caíram mesmo não estando sujeitos às tarifas. Eu atribuo isso muito à antecipação que ocorreu em julho", argumentou Brandão. É o caso de aeronaves, óleos combustíveis, minério de ferro e celulose, que não estão sujeitos à majoração de tarifas mais recente dos EUA.

Em julho, houve crescimento de 7,0% das exportações aos EUA. Já em agosto, houve queda de 18,5%. "Isso permite essa leitura de que houve uma antecipação em julho", disse o diretor.

No caso do aço semiacabado, que teve queda no mês passado, houve relação direta com o aumento da tarifa de exportação, que começou em março deste ano. "Está relacionado, sim, a uma tarifa maior. É esperado que isso aconteça (a queda nas vendas)".

Brandão também disse que "é muito provável" que as quedas das vendas de açúcar, máquinas e carne bovina estejam relacionadas às tarifas, que elevam os preços e reduzem a demanda.

Estadão
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