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Executivos brasileiros não temem impacto negativo da inteligência artificial

Segundo estudo do BCG com mais de 12 mil executivos no mundo, o Brasil é o país mais otimista com o impacto da IA no mercado de trabalho; porém, três a cada dez entrevistados no estudo acreditam que perderão o emprego para a tecnologia

30 jun 2023 - 13h01
(atualizado às 16h42)
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Os líderes empresariais brasileiros são os mais otimistas do mundo quanto ao impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria americana BCG (Boston Consulting Group) com mais de 12,8 mil executivos em 13 mercados. Índia e Oriente Médio compõem a tríade de liderança na visão positiva sobre os efeitos da IA no mercado, enquanto Estados Unidos, Países Baixos e Japão são os menos otimistas.

Em termos de preocupação com os efeitos negativos da IA no mercado de trabalho, os mais consternados são os líderes dos Países Baixos, da França e do Japão. O Oriente Médio, o Brasil e a Índia têm os líderes empresariais menos preocupados com o impacto da IA.

A pesquisa do BCG reforça os resultados de um estudo feito pela plataforma de inteligência Futuros Possíveis em parceria com a empresa de pesquisas Opinion Box, divulgado no fim de abril, que mostrou que 77% dos trabalhadores brasileiros não se sentem ameaçados pela substituição por novas tecnologias.

Apesar do clima de otimismo entre os executivos brasileiros, um estudo do Goldman Sachs feito neste ano estima que, mundialmente, 300 milhões de empregos serão afetados pela inteligência artificial, e isso levará dezenas de milhões de trabalhadores para fora do mercado. Os mais ameaçados são os trabalhadores de escritório, como advogados, enquanto os ofícios como construção ou manutenção têm menor risco de serem afetados pelo avanço tecnológico.

Para Sylvain Duranton, líder global do BCG X, os brasileiros são otimistas com a IA porque, entre os líderes empresariais, há muitos profissionais que vieram do mercado de tecnologia, enquanto em outras regiões, como Europa e Estados Unidos, há mais medo da IA e de como ela pode afetar os empregos dos executivos.

Duranton afirma que o País tem mercados fortes de commodities, como agronegócio, aço e petróleo e devem integrar a inteligência artificial a esses setores para torná-los mais eficientes. Mas ele tem uma preferência. "Se eu fosse apostar em uma área que tem potencial global no Brasil com a chegada da IA, seria o agronegócio. Pode ser difícil criar um novo Google, mas o agronegócio brasileiro tem potencial para estar entre os melhores do mundo", diz Duranton.

O estudo mostra ainda que oito a cada dez líderes empresariais acreditam na necessidade de regulamentação da inteligência artificial para que seu uso seja responsável.

Porém, a pesquisa do BCG aponta uma discrepância entre as visões de líderes corporativos e de profissionais que atuam com inteligência artificial no dia a dia em suas funções. Entre os executivos, 7 a cada dez se dizem confiantes de que suas empresas usam a IA de forma responsável, enquanto apenas três a cada dez trabalhadores da linha de frente com a tecnologia acreditam que suas companhias tomaram as medidas mais adequadas para o uso responsável.

Além da experimentação com a tecnologia e de aplicações éticas, os executivos também dizem que o investimento em capacitação profissional de mão de obra, especialmente dos trabalhadores que já estão no mercado, é um dos pilares mais importantes para a era da IA.

A pesquisa aponta que 86% dos entrevistados acreditam que precisarão de novas habilidades para lidar com as mudanças que a IA provocará em suas funções atuais, enquanto 36% dizem que provavelmente perderão seus empregos por causa da IA.

O uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial generativa, como o ChatGPT ou o Midjourney, ainda é baixo entre os entrevistados. Menos da metade (46%) disseram ter usado a tecnologia ao menos uma vez, enquanto somente 29% disseram usá-la várias vezes por semana.

Estadão
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