Confira 3 lições de crescimento que países podem aprender com Bangladesh
País, que já foi um dos mais pobres do mundo, tirou quase 30 milhões de pessoas da pobreza absoluta de 1990 a 2022
Após se tornar independente do Paquistão, Bangladesh chegou a ser considerado um ‘caso perdido’, condenado ao subdesenvolvimento. Mas, entre 1990 e 2022, o país tirou cerca de 30 milhões de pessoas da pobreza absoluta, segundo dados do Banco Mundial. Os casos de pobreza extrema também caíram: de 45,8% para 9,6% da população.
Além disso, nesse período, o Produto Interno Bruto (PIB) de Bangladesh cresceu quase 15 vezes, fazendo o país alcançar o posto de 41ª maior economia global.
“Bangladesh é um exemplo de quão rápido um país pode emergir das profundezas da miséria”, chegou a dizer o ex-presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim. Mas então, o que outros países podem aprender com Bangladesh?
A partir de informações levantadas em reportagem de José Fucs, do Estadão, confira 3 lições de crescimento a partir da história de recuperação de Bangladesh:
1. Exportação
O grande promotor de crescimento do país foi a indústria de vestuários para exportação. Essa área começou a se estruturar em 1980 pelo grupo coreano Daewoo e foi impulsionada pelo governo, com a redução de tarifas de importações feitas pelo setor.
Atualmente, por conta da trajetória do setor, o país é o segundo maior exportador de roupas prontas do mundo – ficando apenas atrás da China.
2. Microcrédito
Um sistema de microcrédito com juros baixos para as pessoas mais vulnerabilizadas foi outro impulsionador para a redução da miséria e o crescimento de Bangladesh.
A criação foi do Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, fundador do Grameen Bank.
O sistema era voltado, principalmente, para mulheres da zona rural e as ajudava a investir em ferramentas de trabalho para aumentar os ganhos da família. Isso porquê, por bancos tradicionais, elas não conseguiam empréstimos do tipo.
3. ONGs
Bangladesh conquistou sua independência do Paquistão em 1971. Nos primeiros anos de independência, em meio à falta de recursos, ONGs tiveram um papel fundamental para o desenvolvimento do país.
Organizações não governamentais realizaram serviços que o governo não conseguia, com foco na qualidade de vida do cidadão.
A Brac (Comitê de Bangladesh para o Avanço Rural), por exemplo, foi fundada em 1972 e concentrou sua atuação na saúde da mulher, na saúde de crianças e na área de educação. O setor de microfinanças também foi explorado.