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Compra da Eletronuclear coloca Âmbar, da J&F, como único player privado com posição no setor nuclear

Desde 2021, empresa da família Batista tem comprado negócios detidos pela Eletrobras, que vem se desfazendo de ativos movidos por fontes fósseis

15 out 2025 - 11h32
(atualizado às 11h45)
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A aquisição de fatia da Eletronuclear pela Âmbar Energia, empresa de energia do grupo J&F, da família Batista, coloca a companhia em posição de destaque, por sua participação no setor nuclear, salientou o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, ao Estadão/Broadcast, ao comentar a operação anunciada na manhã desta quarta-feira, 15, pela Eletrobras. Ele classificou o ativo como "único e extremamente estratégico".

"Seremos o único player privado (no Brasil) com posição no setor nuclear, uma fonte que ganha força em todo o mundo por equilibrar a necessidade do setor de tecnologia por energia firme com a redução das emissões de gases do efeito estufa", disse.

De acordo com ele, a transação faz parte de um plano iniciado pela companhia em 2021, quando a empresa comprou a usina termelétrica de Uruguaiana. "Naquele momento, percebemos que estávamos no início de uma onda de desinvestimentos e de consolidação no segmento de geração e nos preparamos financeira e operacionalmente para aproveitá-la", citou.

Âmbar acertou acordo para comprar a totalidade da participação da Eletrobras na Eletronuclear
Âmbar acertou acordo para comprar a totalidade da participação da Eletrobras na Eletronuclear
Foto: Luciano Andrade/Estadão / Estadão

De lá pra cá, a Âmbar comprou diversas termelétricas, incluindo diversos ativos anteriormente detidos pela Eletrobras, que vem fazendo o movimento contrário, desfazendo-se de ativos movidos por fontes fósseis — como a usina a carvão Candiota, em 2024, um conjunto de usinas no Amazonas, operação concluída em maio passado, e a termelétrica Santa Cruz, concluída na semana passada — dentre outros ativos nos quais não detém controle, como a própria fatia na Eletronuclear.

Atualmente, a Âmbar afirma contar com 50 usinas, considerando também negócios em fase de fechamento, em diversas fontes: solar, hidrelétrica, a biodiesel, a biomassa, a biogás, a gás natural e carvão.

"Continuamos enxergando oportunidades de aquisições para ampliar e diversificar nosso portfólio de geração", acrescentou Zanatta. Segundo ele, porém, com a Eletronuclear a empresa já passará a ter o portfólio mais diversificado do setor elétrico brasileiro.

A operação

Conforme anunciou a Eletrobras mais cedo, a Âmbar acertou acordo para comprar a totalidade da participação da Eletrobras na Eletronuclear e passará a deter 68% do capital total e de 35,3% do capital votante na empresa responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

A União, que não faz parte da transação, continuará controlando a Eletronuclear por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), que detém 64,7% do capital votante e cerca de 32% do capital total.

A operação, que ainda depende da aprovação dos órgãos reguladores, envolve R$ 535 milhões. Além disso, a J&F/Âmbar assumirá a responsabilidade pela integralização das debêntures acordadas no Termo de Conciliação firmado com a União, no valor de R$ 2,4 bilhões. Assumirá, ainda, as garantias prestadas pela Eletrobras em favor da Eletronuclear.

Em nota, a Âmbar lembrou que a Eletronuclear opera as usinas Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts (MW), Angra 2, com 1.350 MW, que possuem contratos de longo prazo, até 2044 e 2040, respectivamente, o que garante fluxo de receitas estável. Em 2024, a Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões, acrescentou.

A empresa também citou o projeto "em desenvolvimento" de Angra 3, de 1.405 MW. A usina, que teve suas obras iniciadas na década de 1980, está atualmente inacabada e a espera de comando governamental para sua conclusão. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que uma decisão final sobre a retomada, ou não, seria tomada ainda este ano, após novo estudo de impacto econômico-financeiro.

Estadão
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