PUBLICIDADE

Como são feitas as pesquisas de emprego e desemprego no Brasil

Pnad Contínua, do IBGE, e a PED, do Dieese, são as principais pesquisas sobre taxa de desemprego realizadas no Brasil. Entenda como são feitos esses levantamentos

31 mai 2019 - 09h28
(atualizado em 31/10/2019 às 10h08)
Compartilhar
Exibir comentários

O alto nível de desemprego é considerado por economistas o principal sinal de desaquecimento da economia brasileira. Segundo dados da Pnad Contínua, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação do trimestre finalizado em setembro de 2019 alcançou a 11,8%, com 12,5 milhões de desocupados.

Veja a seguir como são feitas as principais pesquisas de emprego e desemprego no Brasil.

Quais são as principais pesquisas de desemprego do Brasil?

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo IBGE, acompanha as flutuações da força de trabalho de forma ampla no Brasil. Nela é considerada apenas a taxa de ocupação da população de 14 anos ou mais. Segundo Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE, a Pnad tem como objetivo "investigar quantas pessoas são ocupadas e quais são as características dessa ocupação no Brasil".

A pesquisa começou a ser desenhada em 1967 com levantamentos anuais. Em 2012, a PNAD Contínua foi implantada definitivamente em todo o território nacional, com levantamento trimestral - formato seguido até os dias de hoje. Mudanças metodológicas também aconteceram no período.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) é um levantamento domiciliar contínuo realizado mensalmente desde 1984 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Seade - alguns estudos especiais também podem ser realizados anualmente.

Segundo Lucia Garcia, especialista em mercado de trabalho e responsável pela pesquisa no núcleo do Dieese, "a PED é uma investigação do mercado de trabalho, que identifica a participação dos indivíduos na estrutura produtiva de uma região, aferindo como se dá a integração entre os ocupados e os desempregados".

Qual a diferença entre esses índices de emprego e desemprego?

Enquanto a pesquisa do IBGE é pensada para medir a taxa de ocupação brasileira, a do Dieese leva em conta grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Salvador e Distrito Federal.

Quais são as diferenças de metodologia e qual é a amostra utilizadas pela PED e pela a PNAD?

Pnad Contínua?

São diversas as categorias usadas pela Pnad para definir quem, no mercado de trabalho, são os ocupados e desocupados no Brasil. São consideradas desocupadas as pessoas que não estavam trabalhando durante a semana em que a pesquisa foi feita - o levantamento é domiciliar.

O IBGE também investiga as pessoas que são subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, ou seja, trabalham menos de 40 horas semanais e ainda têm disponibilidade para trabalhar mais horas.

São consideradas desalentadas as pessoas que desistiram de procurar emprego porque acreditam que não há mais vagas no local onde vivem. Para o IBGE, existem atualmente 4,8 milhões desalentados no Brasil.

O tamanho da amostra utilizada é de 211 mil domicílios - com cerca de 2.200 entrevistadores envolvidos na pesquisa. No Brasil, o total de domicílios é de aproximadamente 70,3 milhões, segundo o IBGE.

PED

A PED trabalha com quatro categorias em seu índice de desemprego: o desemprego aberto, que representa aqueles que estão sem trabalhar durante 30 dias, e o desemprego oculto, que reúne os desalentados e os subocupados. Da soma dessas duas categorias, a PED obtêm o desemprego total da Grande São Paulo, indicador que fechou março de 2019 em 16,1%, indicando um total de 1.772 milhões de desempregados.

Em relação à amostra, são pesquisados 7.500 domicílios na região metropolitana de São Paulo (de um total de 3,574 milhões de domicílios particulares conforme o censo de 2010). Essa etapa dura quatro semanas e é feita pessoalmente, com o pesquisador indo diretamente aos domicílios a serem pesquisados. Ao todo, o formulário possui 68 perguntas, sendo 11 fixas, sobre atributos pessoais, e as demais separadas conforme as categorias do índice.

Logo, apesar de divergirem em sua metodologia, não é correto afirmar que uma pesquisa é mais certa que a outra. "Conclui-se que as pesquisas apresentam perspectivas diferentes em sua leitura do mercado de trabalho, sendo complementares", explica Garcia.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade