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Comitê da Petrobrás reprova dois nomes indicados ao conselho da empresa

Colegiado da estatal será renovado nesta semana, na esteira da saída de Roberto Castello Branco da presidência da companhia, por ordem de Bolsonaro

10 abr 2021 - 21h40
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Rio - Dois dos 11 nomes indicados para compor o conselho de administração da Petrobrás foram considerados inaptos a assumir o cargo por terem atuado em empresas com relação direta com a Petrobrás, nos últimos três anos. A avaliação é do Comitê de Pessoas da própria estatal, formado por membros do atual colegiado da empresa e por especialistas independentes.

A renovação do conselho de administração da Petrobrás acontecerá na próxima segunda-feira, 12, na Assembleia-Geral Extraordinária (AGE) de acionistas. O atual colegiado será desfeito por determinação legal, que define que todos os conselheiros eleitos em voto múltiplo devem sair se um deles deixar o cargo.

Isso acontecerá porque o presidente da empresa e membro do colegiado, Roberto Castello Branco, teve o mandato encerrado em fevereiro, por determinação do presidente Jair Bolsonaro. O executivo será substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, após ser alvo de sucessivas críticas de Bolsonaro.

Motivos para a decisão

Márcio Andrade Weber teve o nome negado por ter sido diretor da Petroserv até agosto do ano passado. A empresa é uma fornecedora e operadora de sondas da Petrobrás. Ele foi indicado pela União, controladora da companhia.

A ata da reunião do Comitê de Pessoas da última quinta-feira, 8, revela que o executivo teria argumentado que não prestou serviço diretamente à estatal. Mas a justificativa não convenceu os avaliadores do seu currículo, que recorreram à Lei das Sociedades Anônimas para respaldar a decisão de considerá-lo inelegível ao cargo.

Segundo a legislação, "são impedidas aquelas que ocupem cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado ou que tiverem interesse conflitante".

O mesmo argumento foi usado pelo comitê de avaliação para negar a indicação de Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros por acionistas minoritários. Ele foi diretor do Citibank até dezembro do ano passado. O banco foi responsável pela abertura de capital da BR Distribuidora pela Petrobrás.

Além de negar os dois nomes, o comitê interno da estatal fez uma série de ressalvas aos demais candidatos. Os únicos a passar completamente no crivo dos avaliadores foram o atual presidente do conselho de administração da empresa, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Cynthia Santana Silveira, Murilo Marroquim e Leonardo Antonelli, que hoje tem um assento de representante dos minoritários no colegiado e poderá se candidatar à reeleição.

Os demais - Sonia Villalobos, Ana Silvia Matte, Ruy Flaks Schneider (atual membro do conselho), Marcelo Gasparino e José João Abdalla Filho - tiveram os nomes aprovados com ressalvas. Alguns deles estão ou estiveram, recentemente, ligados a empresas que podem ter conflito de interesse com a Petrobrás. Outros são citados em processos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Estadão
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