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Coca-Cola, que 'inventou' imagem do Papai Noel, faz um século de campanhas de Natal

Empresa comemora cem anos de propagandas de fim de ano: primeira aparição do 'bom velhinho' foi no início dos anos 1930

9 nov 2020 - 09h56
(atualizado às 11h22)
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Uma tradição de Natal está completando cem anos: os comerciais da Coca-Cola de fim de ano. Pouca gente se dá conta, mas a imagem do Papai Noel como ele é hoje - um velhinho gordinho e vestido de vermelho e branco - surgiu graças às mentes criativas da empresa. O vermelho e o branco, aliás, têm razão de ser: foram escolhidos para reforçar as cores da marca. Antes disso, a imagem mais usada era a do "magrinho" São Nicolau, o santo que era bispo e deu origem à distribuição de presentes em 25 de dezembro.

"A Coca-Cola existe já 140 anos. Mas foi só em 1920 que começaram as campanhas de Natal", conta Marina Rocha, diretora de marketing de Coca-Cola Trademark no Brasil, que lança nesta segunda-feira, 9, a centésima campanha de Natal da empresa: um filme para TV, meios digitais e cinema criado pela Wieden+Kennedy de Londres e dirigido por Taika Waititi, vencedor do Oscar 2020 de Melhor Roteiro Adaptado por Jojo Rabbit.

Papai Noel como existe hoje não surgiu logo em 1920, mas dez anos mais tarde, quando a companhia contratou o cartunista americano Fred Mizen. Naquele tempo, a propaganda era feita por ilustradores. E Mizen pintou uma cena prosaica de época: um homem vestido de Papai Noel em uma loja de departamentos no meio de uma multidão bebendo um copo de Coca-Cola. Apareceram pela primeira vez as roupas vermelhas com punhos e detalhes em branco.

Velhinho 'nórdico'

No ano seguinte, outro ilustrador foi contratado e foi aí que a Coca-Cola deu seu "pulo do gato": Haddon Sundblom, o cartunista, se inspirou no figurino criado por seu antecessor, Mizen, e criou um novo personagem, o Papai Noel da Coca-Cola, diferente de todos os outros.

Inspirado nos velhinhos nórdicos (ele era descendente de suecos e finlandeses), Sundblom desenhou um homem alegre e com bochechas rosadas que usava, claro, a roupa com as cores da Coca. Foi sucesso total. E depois disso, o Natal nunca foi o mesmo. Nas campanhas da Coca, vieram as caravanas de caminhões, os ursos polares e o jingle "O Natal vem vindo… Vem vindo o Natal". Mas o velhinho, criado na década de 1930, sempre está lá, com uma coca na mão.

"Hoje, os valores do Natal se misturam com os da marca: celebrar, estar junto, família, deixar as diferenças de lado", diz Marina. "Acredito que seja por isso que Natal e Coca-Cola sejam tão associados."

Bilhões em vendas

"Até as cores do Natal, essa coisa de usar verde e vermelho, vêm da Coca-Cola", diz Billy Nascimento, coordenador do mestrado em Neurociência do Consumidor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e sócio da Forebrain, empresa de pesquisa em neurociência do consumo. "A Coca-Cola se apropriou do Natal", resume.

Mas porque todo ano, por um século, a companhia que vende todo dia mais de dois bilhões de latas e garrafas de refrigerante, ainda anuncia? Precisa? Sim. "Toda grande marca mundial, como a Coca, é muito mais que o produto que ela vende. É muito mais que um líquido preto, gaseificado e doce", diz Nascimento.

A executiva da Coca-Cola concorda. "Assim como é difícil imaginar o Natal sem Coca-Cola, é difícil imaginar a companhia sem anúncios. Ela perderia essa conexão com o consumidor, com as pessoas e também a relevância", diz.

Ou seja, o refrigerante, sem comunicação, viraria um produto qualquer. "Se você der Coca-Cola para uma criança de três anos, a chance dela não gostar é bem alta. Afinal, ela não entende os atributos da marca. Ela não tem essa influência. Mas quando nós, adultos, tomamos Coca, quem é que não se coloca no lugar de uma pessoa fechando os olhos ao beber o refrigerante e que solta um 'aaahh!' ao terminar - assim como nas propagandas?", questiona Nascimento.

*Especial para o Estadão

Estadão
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