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Campos Neto: Não tem muito como juros caírem para além de 12%; 'Ir para 11% já seria otimista'

O ex-presidente do BC diz que o ponto mais observado pelos agentes, locais e estrangeiros, é a trajetória da dívida pública, e a do Brasil em relação ao PIB é a maior entre os emergentes

25 ago 2025 - 17h26
(atualizado às 18h51)
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O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, agora vice-chairman e chefe global de políticas públicas do Nubank, disse nesta segunda-feira, 25, que não vê possibilidade de o Brasil ter uma taxa de juros muito abaixo do nível atual. Mesmo com chance de corte no curto prazo, ele não vê a taxa básica, atualmente em 15%, caindo muito além dos 12% ou 13%. "Ir para 11% já seria otimista", disse o executivo.

"Estamos com condições de curto prazo e provavelmente a gente vai poder cair os juros, mas para ter juro estruturalmente mais baixo, é preciso ter fiscal estruturalmente diferente", disse Campos Neto em evento do Esfera, que reuniu nomes como o economista Marcos Lisboa e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.

Para essa mudança, disse Campos Neto, é preciso controle de gastos públicos.

"Precisamos fazer choque fiscal positivo de tal forma que os agentes econômicos entendam que vamos ter convergência da dívida", afirmou o ex-chefe do BC, ressaltando que é diferente do que é esperado hoje.

'Governo é grande demais, gasta demais', diz Campos Neto
'Governo é grande demais, gasta demais', diz Campos Neto
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Comparando a base de dados entre países, o Brasil tem nível crédito subsidiado muito alto, o que sinaliza que aquele canal da política monetária "está meio entupido". "Para passar o mesmo volume de água, é preciso aumentar a pressão. Isso significa mais juros em movimentos contracionistas e fazer o contrário depois." Esse ambiente gera um crescimento mais volátil.

Campos Neto ressaltou que curvas futuras de juros caindo abrem espaço para o Banco Central entrar em processo de queda de juros. "É muito difícil historicamente na política monetária o BC reduzir os juros quando a taxa longa está alta."

Se começa a cortar juros e a parte longa da curva começa a subir, disse Campos Neto, o espaço para cortes adicionais fica limitado e será preciso abreviar o processo de queda. "Aí volta a subir o juro e, geralmente para um patamar acima da taxa de antes dos cortes."

O ex-presidente do BC ressaltou que o ponto mais observado pelos agentes, locais e estrangeiros, é a trajetória da dívida pública. E a do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é a maior entre os emergentes.

"Governo é grande demais, gasta demais. Cada vez vai custar mais recursos para rolar a dívida público. É preciso repensar este modelo", disse Campos Neto.

O presidente da Febraban, Isaac Sidney, ressaltou que taxas de juros elevadas fazem com que o ambiente de crédito e de negócios fiquem piores, além de famílias e empresas mais endividadas e tendência de alta na inadimplência.

Estadão
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