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Brasileiros depositam R$ 72,6 milhões a mais do que foi sacado na poupança em maio

Foi o segundo mês de captação positiva para a poupança após três meses em que os saques superaram os depósitos; o resultado é registrado na esteira da volta do pagamento do auxílio emergencial

7 jun 2021 - 15h43
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BRASÍLIA - Em meio à segunda onda da pandemia de covid-19, os brasileiros depositaram R$ 72,6 milhões a mais do que o volume de saques na poupança em maio, informou nesta segunda-feira, 7, o Banco Central. Foi o segundo mês de captação positiva para a poupança após três meses em que os saques superaram os depósitos. O resultado ocorre na esteira da volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população.

Em maio, os aportes na poupança somaram R$ 281, bilhões, enquanto os saques foram de R$ 281,2 bilhões. Esse movimento gerou o depósito líquido total de R$ 72,6 milhões no mês. Considerando o rendimento de quase R$ 2 bilhões da caderneta em maio, o saldo total das contas chegou a R$ 1,021 trilhão.

Na esteira da volta do auxílio emergencial, brasileiros depositaram R$ 72,6 milhões a mais do que o volume de saques na poupança em maio. 
Na esteira da volta do auxílio emergencial, brasileiros depositaram R$ 72,6 milhões a mais do que o volume de saques na poupança em maio.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil / Estadão

Maio foi o segundo mês de 2021 em que houve mais depósitos do que saques na poupança. Nos meses de janeiro, fevereiro e março, os brasileiros haviam retirado recursos da caderneta.

No acumulado de janeiro a maio, a população já retirou R$ 23,6 bilhões líquidos da caderneta. Em 2020, em meio à pandemia, a poupança havia registrado dez meses consecutivos de depósitos líquidos (de março a dezembro).

No ano passado, a caderneta havia sido favorecida pelo pagamento de auxílios à população. Além disso, ela foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na caderneta, o que elevou o saldo. Esse movimento foi o que o próprio BC chamou de "poupança precaucional".

Em contrapartida, as famílias passaram a enfrentar, no início de 2021, as tradicionais despesas de início de ano (IPTU, IPVA, matrículas de filhos em escolas particulares e gastos com material escolar), além de um ambiente ainda negativo para a economia. Nos primeiros meses do ano, o governo não pagou o auxílio emergencial, o que também impactou os saldos.

Estes fatores favoreceram os saques na poupança em janeiro, fevereiro e março, com muitos brasileiros precisando de recursos para fechar as contas.

Em abril e maio, porém, o resultado positivo foi influenciado pela volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população. Os depósitos começaram a ser feitos em 6 de abril.

A poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 3,50% ao ano. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 2,45% ao ano. O porcentual não cobre necessariamente a inflação.

Essa regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

Estadão
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