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Mínimo do café arábica fica abaixo dos custos para 2013/14

30 mai 2013 - 07h23
(atualizado às 07h23)
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Cafeicultores registram perdas por conta da alta nos custos
Cafeicultores registram perdas por conta da alta nos custos
Foto: Shutterstock

Reivindicação antiga dos cafeicultores brasileiros, o reajuste do preço mínimo do café arábica não foi bem recebido pelo setor. O valor fixado pelo Conselho Monetário Nacional, de R$ 307 por saca de 60 quilos, foi considerado insuficiente - e até inferior aos custos para a nova safra.

A Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende o valor de, pelo menos, R$ 340. Isso porque, segundo a entidade, o custo médio de produção chega a R$ 336,16.

Os produtores terão de aumentar sua produtividade.

Para a definição do preço, o Ministério da Fazenda considerou o custo de produção avaliado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), de R$ 304,73/saca. Essa conta se refere, no entanto, à safra 2012/13. Os custos projetados para a nova safra, que já começou a ser colhida, são estimados em R$ 333,86/saca. 

O preço mínimo do café arábica não era modificado desde 2009, quando valia R$ 261,69 – valor que vigorou até a safra 2012/2013. Já o café robusta, a R$ 156,57, não teve reajuste.

Custos

Há ainda um agravante no cenário. Segundo a CNA, 50% da cafeicultura brasileira está localizada em regiões de montanha, onde os custos são mais altos. “Se levarmos em consideração que, em 2012, cerca de 25,4 milhões de sacas  foram colhidas por produtores de regiões montanhosas, o prejuízo nos últimos oito meses ficou em torno de R$ 6,38 bilhões”, queixou-se a presidente da CNA, Kátia Abreu, em comunicado à imprensa.

A CNA acredita que o governo deveria utilizar o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e o Programa de Ações Públicas de Venda, que são mecanismos de intervenção no mercado. De acordo com a entidade representativa, a média do café pago ao Café Arábica em Minas Gerais foi de R$ 296,50 a saca, o que não cobriria sequer os custos.

Avaliação

Jorge Queiroz, analista de mercado da Conab, afirma que a estatal envia técnicos para todas as regiões do país para realizar a pesquisa. “Simplesmente, os melhores levantamentos são nossos, porque levamos pessoas a todas as regiões produtoras de café”, disse em entrevista ao Terra.

Para Queiroz, o cenário dos preços é ruim em parte por conta do mercado internacional, em baixa devido ao excesso de pragas na América Central. “Na América Central, os resultados são negativos. Aqui no mercado interno, você vê a mesma coisa”, afirmou.

Produção

Por outro lado, o analista acredita que o mercado tem dado ênfase desnecessária à depreciação de preços. “Sendo conservador, o consumo nacional será de 19 milhões de sacas. A produção deve ser de 48,5 milhões, e as exportações serão de 31 milhões de sacas”, avaliou.

A Conab estima a safra de café do Brasil na temporada 2013/14 em 48,6 milhões de sacas. Em relação ao arábica, a nova safra tem previsão de 36,4 milhões de sacas. No último ciclo de baixa, 2011/12, foram 43,5 milhões. Na temporada 2012/13, ano de alta no ciclo bianual, o Brasil produziu um recorde de 50,8 milhões de sacas.

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