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País lucra US$ 54 bi em trocas com nações-alvo de Bolsonaro

Presidente eleito e aliados criticam publicamente países com os quais Brasil tem superávit; dados são de 2017 e 2018

1 nov 2018 - 15h46
(atualizado às 15h48)
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A balança comercial do Brasil com os países de alguma forma criticados pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, e sua equipe é positiva. De janeiro de 2017 a setembro de 2018, o saldo ficou em US$ 54,2 bilhões.

Terra incluiu no levantamento Venezuela e Cuba, que têm governos de esquerda e são alvo frequente dos discursos de Bolsonaro. Desde quando era candidato, o político afirmava que em sua gestão as relações internacionais não seriam pautadas por afinidades "ideológicas". Ele se referia às escolhas dos governos petistas entre 2003 e 2016.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o economista Paulo Guedes conversam em encontro com empresários
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, e o economista Paulo Guedes conversam em encontro com empresários
Foto: Sergio Moraes / Reuters

Também foram levados em conta os países do Mercosul (Argentina, Paraguai, Uruguai), bloco econômico que o futuro super-ministro da economia, Paulo Guedes, disse não ser prioritário.

Ainda, foi incluída a China, país que mais importa do Brasil. Através de seu principal jornal estatal, os chineses disseram que Bolsonaro não foi "amigável” durante a campanha, e que isso poderá ter consequências econômicas.

O volume total de exportações do Brasil para esses seis parceiros comerciais no período foi de US$ 120,0 bilhões. As importações somaram US$ 65,8 bilhões. Mesmo na análise individual – por exemplo, Brasil - Argetina ou Brasil - China – todas as relações foram de sueprávit de 2017 até setembro de 2018:

  • Brasil - Argentina: + US$ 9.949.424.293,00
  • Brasil - China: + US$ 38.639.039.892,00
  • Brasil - Cuba: + US$ 472.370.008,00
  • Brasil - Paraguai: + US$ 2.386.663.426,00
  • Brasil - Uruguai: + US$ 2.363.000.833,00
  • Brasil - Venezuela: + 369.303.410,00

Os dados foram extraídos da plataforma Comex Stat, mantida pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

O comércio

O principal produto de exportação do Brasil para esses países é a soja. O grão rendeu US$ 40,3 bilhões, sendo quase a totalidade vindo de negócios com a China. O Brasil também vende produtos derivados, mas eles não estão incluídos nessa cifra.

No período, os chineses venderam para o Brasil US$ 2,0 bilhões em plataformas de perfuração ou exploração flutuantes ou submergíveis, principal ítem importado de lá por brasileiros. No segundo lugar estão peças para telefonia e telegrafia.

Para a Argentina, o os produtos mais exportados foram automóveis para até 6 passageiros. Foram US$ 4,0 bilhiões nesses objetos. A indústria automotiva é a estrela das exportações para os argentinos, tendo ainda outros produtos entre os mais comprados pelos vizinhos.

Da Argentina chegam princialmente veículos de carga movidos a diesel de até 5 toneladas. Por esses produtos, os importadores brasileiros pagaram US$ 2,6 bilhões no período. O segundo ítem da pauta é o trigo.

Os números de Cuba são bem mais modestos. O principal ítem de exportação para a ilha caribenha é a carne de frango em pedaços, no valor de US$ 97 milhões. O ítem de exportação cubano mais absorvido pelo mercado brasileiro foram produtos imunológicos, que somaram US$ 14,8 milhões.

Paraguaios importam principalmente adubos químicos e minerais. No período do levantamento, o Brasil faturou US$ 169,7 milhões vindos do Paraguai em troca desses produtos.

Jogos de fios para velas de ignição, e outros jogos de fios, foram o ítem de exportação paraguaio mais comprado, somando US$ 313,9 milhões.

O que o Brasil mais enviou, em valores, para o Uruguai foram óleos brutos de petróleo. Em troca, recebeu US$ 1,7 bilhão. O produto mais comprado foi malte não torrado, que rendeu US$ 209 milhões aos produtores uruguaios.

Para a Venezuela, em crise econômica crescente há anos, o que o Brasil mais exportou de janeiro de 2017 a setembro de 2018 foram açúcares de cana, no valor de US$ 175,4 milhões.

O produto venezuelano mais comprado pelo mercado brasileiro é a nafta, substância usada na indústria petroquímica. As vendas renderam US$ 158,8 milhões ao país vizinho.

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Fonte: Redação Terra
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