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BB tem lucro 20,7% menor no 1º tri e suspende previsões com agro e resolução adicionando incerteza

15 mai 2025 - 18h54
(atualizado às 21h11)
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O Banco do Brasil encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$7,37 bilhões, uma queda de 20,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, em resultado bem abaixo das previsões no mercado, com o banco de controle estatal suspendendo uma série de previsões sobre o desempenho em 2025.

Estimativas de analistas compiladas pela Reuters apontavam lucro de R$9,23 bilhões.

O banco afirmou que o agravamento da inadimplência de parte da carteira de agronegócios acima do esperado em 2025 e a vigência das novas regras contábeis com a resolução 4.966/21, que os bancos brasileiros passaram a seguir este ano, implicaram em um cenário de maior incerteza sobre as projeções.

O banco refere-se às estimativas de margem financeira bruta e do custo do crédito, que, por sua vez, afetam diretamente o lucro líquido ajustado. Assim, as três projeções foram suspensas.

"Diante disso, o Banco do Brasil decidiu adotar o status 'em revisão' para as linhas mencionadas até que o cenário permita uma avaliação mais consistente da magnitude dos impactos a serem incorporados nas projeções", afirmou.

A resolução CMN 4.966/2021 introduziu mudanças estruturais na contabilização de ativos financeiros e na constituição de provisão para perdas esperadas associadas ao risco de crédito.

De acordo com o BB, em fato relevante ao mercado nesta quinta-feira, as previsões para os indicadores de desempenho de crédito (carteira de crédito, pessoa física, empresas, agronegócios e sustentável), bem como receitas de serviços e despesas administrativas permaneceram inalteradas.

Anteriormente, o BB estimava lucro líquido ajustado de R$37 bilhões a R$41 bilhões, com margem financeira bruta de R$111 bilhões a R$115 bilhões e custo do crédito de R$38 bilhões a R$42 bilhões.

"A implementação da Resolução 4.966 explica parte das variações, especialmente na margem financeira líquida (NII), que impactou o BB mais do que seus pares devido à natureza dos empréstimos do agronegócio", disseram analistas do JPMorgan em relatório na noite desta quinta-feira.

A equipe, que manteve recomendação "neutra" para a ação do banco, acrescentou que espera uma reação negativa dos papéis na sexta-feira, "pois acreditamos que o consenso provavelmente precisará ser ajustado materialmente".

AGRO PIOR

No primeiro trimestre, a margem financeira bruta caiu 7,2% ano a ano, a R$23,9 bilhões, com a margem com clientes quase estável (+0,3%), enquanto a com o mercado caiu 34,9%. O custo do crédito subiu 18,9%, a R$10,15 bilhões, com alta de 10,7% na despesa esperada e queda de 35,3% na recuperação de crédito.

O BB afirmou que o custo do crédito foi influenciado, principalmente, pela continuidade da dinâmica agravada da carteira de agronegócios, cuja inadimplência alcançou 3,04%, de 2,45% no quarto trimestre do ano passado e 1,19% um ano antes.

"Apesar do cenário positivo para a safra no Brasil em 2025, com uma colheita recorde, e do elevado percentual de garantias nessa carteira, há um estoque de operações que vem sendo tratado da safra 2023/2024, inclusive, por conta das recuperações judiciais no setor -- que exigem maior provisionamento sob a nova regulação", acrescentou.

No final de fevereiro, a presidente-executiva do banco, Tarciana Medeiros, afirmou que o BB trabalhava com a expectativa de que o risco de crédito na carteira do agronegócio se acomodasse ao longo de 2025.

A carteira de crédito expandida do BB somou quase R$1,28 trilhão no final de março, expansão de 14,4% ano a ano, com crescimento de 6,6% na carteira de pessoa física, de 22,4% na pessoa jurídica e 9% no portfólio do agronegócio. A projeção do BB para o ano é de crescimento entre 5,5% e 9,5%.

A inadimplência acima de 90 dias fechou março em 3,86%, de 3,32% no final de dezembro e 2,90% em março de 2024. Em pessoa física, o índice ficou em 5,10%, de 4,66% no final do ano passado e 4,77% um ano antes, enquanto na pessoa jurídica subiu a 4,06%, de 3,51% em dezembro de 2024 e 3,19% um ano antes.

O retorno sobre o patrimônio (ROE) caiu a 16,7% no período de janeiro a março, de 20,8% no trimestre imediatamente anterior e 21,7% no primeiro trimestre de 2024.

A receita com prestação de serviços ficou quase estável (+0,2), em R$8,4 bilhões.

O índice de Basileia caiu a 14,14%, de 15,13% um ano antes, com o capital nível I recuando 0,62 ponto percentual, para 13,27%, e o capital principal cedendo 0,93 ponto, para 10,97%. O índice de eficiencia passou de 25,9% para 26,5%

No final de março, o BB tinha 3.997 agências, sem mudanças em relação ao final de 2024. Um ano antes, eram 3.998 agências.

(Com reportagem adicional de André Romani; Edição de Pedro Fonseca e Fabrício de Castro)

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