Após fala de Lula na ONU, taxas dos DIs caem em sintonia com recuo do dólar
Após três sessões consecutivas em alta, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) cediam no fim da manhã desta terça-feira, em sintonia com o recuo do dólar ante o real, já após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU.
Às 11h28, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 13,985%, ante o ajuste de 14,031% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2032 marcava 13,465%, ante o ajuste de 13,495%.
A fala de Lula na ONU era esperada pelos investidores, que nos últimos dias demonstravam cautela em função da possibilidade de novas medidas retaliatórias dos EUA contra a economia brasileira. Na segunda-feira os EUA anunciaram sanções a Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, e não ao país.
Em seu discurso no fim da manhã, Lula disse que a soberania brasileira é inegociável e criticou medidas unilaterais impostas ao país e os ataques ao Poder Judiciário brasileiro. Lula também afirmou que a imposição de sanções arbitrárias está se tornando constante e que os ideais que inspiraram a criação da ONU estão ameaçados.
Já após a fala de Lula, as taxas dos DIs cediam, ainda que no exterior os rendimentos dos Treasuries se mantivessem próximos da estabilidade. Às 11h28, o retorno do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- tinha estabilidade, a 4,145%.
Mais cedo, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou que o Banco Central, após avaliar os efeitos acumulados do choque de juros, entrou agora em um "novo estágio" da política monetária que prevê taxa Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.