Aneel aprova liberação de recursos para 4 projetos de hidrogênio bancados por consumidores
Os projetos tem custos de R$ 196,2 milhões a partir do uso de recursos do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, da agência, bancados pelos consumidores de energia
BRASÍLIA - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 21, quatro projetos de hidrogênio de baixo carbono com uso de recursos do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) do órgão regulador. A discussão inicial envolveu 13 projetos, mas o número foi reduzido ao longo dos últimos meses.
Com isso, haverá início de execução dos projetos listados, com custos de R$ 196,2 milhões a partir do uso de recursos do PDI, bancados pelos consumidores de energia. O processo foi inicialmente discutido no fim de 2024 e o diretor-geral, Sandoval Feitosa, havia pedido vista na época. Em abril foi apresentado um segundo pedido de vista, pelo diretor Fernando Mosna.
No ano passado, a área técnica do regulador teve manifestação favorável a 13 projetos, com a perspectiva de R$ 1,49 bilhão de investimentos para aplicação em segmentos industriais como siderurgia, fertilizantes, alimentos, mobilidade, petroquímica e outros.
Do total, cerca de R$ 367 milhões seriam por meio de contrapartida financeira das empresas e o restante seria via recursos de PDI, bancados pelos consumidores. Ou seja, houve uma redução significativa no uso de recursos.
"Entendo que os novos números representam um avanço em relação às preocupações levantadas, sendo um bom ponto de equilíbrio entre o incentivo ao desenvolvimento desta tecnologia e a responsabilidade da Aneel de zelar pelo uso racional e proporcional dos recursos do PDI", apontou Fernando Mosna em seu voto-vista apresentado hoje e seguido pelos demais diretores.
Na transição energética, a indústria do hidrogênio verde prometia ser uma das grandes soluções para o mundo reduzir as emissões de carbono e ainda gerar bilhões de dólares para o Brasil, mas vem enfrentando dificuldade. Em todo o mundo, empresas que haviam anunciado projetos de hidrogênio verde passaram a recuar diante dos altos custos de instalação de plantas, da escassez de incentivos públicos e da falta de demanda pelo produto.