Script = https://s1.trrsf.com/update-1732903508/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Clima impacta e safra de trigo de SP encerra com volume menor

O acumulado do ano deve ficar abaixo de 300 mil toneladas. Mudança climática afetou mercado global. Entenda

18 out 2024 - 12h11
Compartilhar
Exibir comentários

As variações climáticas enfrentadas em 2024 trouxe um impacto amargo para a produção paulista de trigo que deve encerrar o ano com números abaixo do esperado. As informações são da Câmara Setorial do Trigo.

Segundo o presidente da Câmara, Nelson Montagna a safra 2023/24 foi marcada por diferentes frustrações. "Nós estávamos com uma expectativa de produção entre 320 e 350 mil toneladas para este ano, mas, aparentemente, pelos números levantados não chegaremos nem a 300 mil. Essa é uma queda expressiva, resultante dos efeitos climáticos e do incentivo à produção de outras culturas em detrimento do plantio de trigo na região", detalhou Montagna.

Montagna reforça que tem acompanhado de perto a evolução do grão no estado, que cresceu em qualidade nos últimos anos, o que anima o setor moageiro e auxilia na garantia de compra pela indústria.

Foto: Climatempo

GettyImages

Clima interferiu em toda safra de trigo nacional

Segundo Jonatan Pinheiro, analista da StoneX, o resultado direto da quebra sofrida pelos produtores brasileiros logo no início da safra, desencadeou inúmeras baixas e interferiu na qualidade do trigo em todo o país, prejudicando os produtores e a indústria como um todo.

"No momento, com a colheita chegando ao fim, a expectativa é que a qualidade do trigo ainda seja superior à safra anterior, mesmo enfrentando a seca, principalmente na região Norte do país", declarou Pinheiro.

Segundo ele, entre os principais fatores baixistas para o setor brasileiro, estão as melhorias climáticas nos Estados Unidos e na Rússia, a manutenção da exportação pelo Mar Negro e o ingresso da safra argentina, com produção e estoque disponíveis. Já os fatores altistas estão relacionados à maior demanda asiática por importação e consumo, ao menor estoque global, que resultará em uma crescente acessibilidade de mercados, e às restrições das exportações na Rússia, com maior imposto para exportação e preço mínimo acima do mercado.

Perspectivas Futuras

Para 2025, as expectativas são positivas. De acordo com o presidente da Câmara, o trigo voltará a remunerar. "O mercado poderá observar preços mais firmes na safra 2024/25 e uma melhor qualidade do material produzido", afirmou.

Na visão de Pinheiro, o ano também será positivo em precificação para o produtor, ponto que colabora diretamente para um melhor desenvolvimento da indústria.

"Com a expectativa de melhor precificação, falamos, eventualmente, em ter menos dor de cabeça na hora de lidar com a farinha, que acessará um mercado melhor", ponderou.

Mudança climática afetou outros mercados

Ao analisar a produção global do trigo, o representante da StoneX, Jonatan Pinheiro, frisou a queda de 2,8 milhões de toneladas em comparação ao ano anterior. Segundo ele, o cenário é resultado das mudanças climáticas enfrentadas pelas principais regiões produtoras, como as Américas e a Europa.

"Os Estados Unidos apresentaram uma pequena redução de estoque, mas sem preocupações uma vez que o país segue com uma ótima safra, já colhida e consolidada. A Europa, por sua vez, sofreu ao longo de toda a safra em decorrência de chuvas intensas, com volumes elevados de água, e por isso hoje apresenta uma redução muito significativa em relação aos resultados comparados às colheitas anteriores", exemplificou.

A Rússia, por sua vez, sofre com a queda de mais de um milhão de toneladas.

"No processo de colheita, constatou-se que os resultados, também em decorrência das questões climáticas - como períodos de seca seguidos de elevados índices de chuva e geadas - não seriam tão positivos para o país. Já a Ucrânia, até o momento, apresenta o terceiro reajuste positivo, com nítido aumento de produção", complementou.

Em relação à Ásia, Índia e China seguem estáveis, com índices positivos de produção, colheita e consumo, sem causar impacto ao cenário global. "No entanto, os estoques indianos estão muito abaixo do esperado, por isso não podemos descartar a possibilidade de a Índia comprar trigo no mercado internacional", indicou.

Por fim, a Austrália contará com uma safra melhor do que no ano anterior, porém uma geada entre o final de setembro e o início de outubro pode afetar a consolidação da safra. Um cenário similar foi vivido pela Argentina, que em setembro enfrentou uma forte seca, o que pode interferir na produtividade local.

"Para 2025, olhando para o desenvolvimento argentino - com a expectativa de uma grande safra e estoques elevados - o mercado nacional tem apontado uma alta nas cotações. Por isso, imaginamos que haverá uma pressão de safra, fazendo com que o mercado ceda um pouco. Contudo, é um momento interessante de compra para as indústrias, o que também colabora para uma melhor precificação no mercado interno. Em resumo, todas as cadeias se beneficiarão de uma safra argentina positiva", afirmou.

Proteja seu negócio entendendo os riscos climáticos. Adquira o relatório de mudanças climáticas e tome decisões assertivas!

Climatempo
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade