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Vandré Silveira entre teatro e TV, o ator fala sobre paixão, desafios e emoção: 'Sigo resiliente'

Vandré Silveira sua trajetória desde os palcos até a televisão, passando por monólogos e espetáculos solo que marcaram sua carreira

16 out 2025 - 17h09
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Em entrevista exclusiva à Contigo!, Vandré Silveira fala sobre sua trajetória entre o teatro e a televisão, revelando os desafios, aprendizados e a paixão que o acompanham desde os primeiros passos nos palcos. Após encerrar mais uma temporada de A Hora do Boi, o ator reforça seu talento e o compromisso com personagens que emocionam e provocam reflexões sobre a vida, a arte e a humanidade.

Vandré Silveira
Vandré Silveira
Foto: Reprodução Revista Contigo! / Contigo

Quando surgiu o desejo de ser ator?

"Eu sempre fui uma criança sonhadora. Tinha o desejo de ser médico. Mas, por volta dos 17 anos, comecei a desejar a carreira artística. Me inscrevi num curso escondido da minha família porque julgava que eles não entenderiam. Pai engenheiro, irmão dentista, e surpreendentemente, depois de a minha mãe ter atendido uma ligação do curso de Teatro cancelando a turma por falta de demanda, ela trouxe um recorte de jornal de um outro curso de Teatro. Foi minha primeira experiência com as Artes Cênicas. Me apaixonei pelo ofício de ator. Hoje, percebo que apesar de não ter me tornado médico, meu ofício atoral me permite acessar registros de cura, a partir das reflexões e desdobramentos que a arte teatral possibilita."

Quando teve contato com o palco pela primeira vez?

"Foi no espetáculo profissional Fábrica de Brinquedos, em 2001. Fazia o palhaço do espetáculo. Um grande desafio em minha estreia nos palcos. Sempre fui muito tímido, mas muito observador. E no palco, eu pude encontrar a minha expressão pessoal e artística, a partir de outras subjetividades, dos diversos personagens ao longo desses 24 anos de carreira artística."

Qual foi seu primeiro grande projeto teatral?

"O primeiro projeto teatral que teve grande repercussão foi também meu 1º monólogo, Farnese de Saudade, a partir da obra e da vida do artista plástico mineiro Farnese de Andrade. Além de idealizar esse solo, eu atuei, escrevi a dramaturgia e também assinei a cenografia que foi baseada na obra de Farnese em diálogo com a obra de Louise Bourgeois. Fizemos algumas temporadas no Rio, em São Paulo, Belo Horizonte e Araguari. Me sinto honrado em jogar luz sobre o trabalho de um artista que muitas vezes foi incompreendido e pouco valorizado. É, sem dúvida, um dos maiores artistas do nosso tempo."

Quando estreou na TV?

"Fiz muitas participações na TV aberta, em novelas na TV Globo, como Malhação, O Profeta, Viver a Vida, Rock Story, Bom Sucesso, entre outras. Mas meu primeiro grande personagem foi Lázaro, na novela Jesus, da RecordTV. Um trabalho muito especial que abordava a história de um homem, Jesus, que em meio à guerra defendeu a paz, e que morreu pela ideia de amor. Um trabalho que me trouxe reconhecimento e muitas alegrias."

Como foi ser reconhecido pelo público?

"Na novela Jesus, eu tive a experiência desse reconhecimento e carinho do público. Especialmente após a cena da ressurreição de Lázaro, muitas pessoas me pararam para dizer que se emocionaram. Também quando entrei na reta final da novela A Dona do Pedaço como o advogado Tibério, que defendia a vilã Josiane, recebi um retorno maravilhoso da parte do público, que ficou com raiva da defesa do advogado, outros que passaram a considerar uma possível inocência da ré e também o reconhecimento de advogados criminalistas que se viram bem representados na tela."

Qual personagem mais o emocionou?

"Todos os personagens me emocionam. Penso que o ator é um canal que dá passagem a uma outra subjetividade para contar uma história. E para isso é preciso deixar-se afetar, o que muitas vezes não é confortável. Portanto, penso que é indissociável o crescimento pessoal de um ator quando ele verdadeiramente entra em contato com essas outras subjetividades. Mas, sem dúvida, o papel de John Merrick no espetáculo O Homem Elefante foi um dos personagens que mais me emocionaram."

Você já mudou o visual para algum trabalho?

"Sempre mudo muito meu visual. No espetáculo Farnese de Saudade eu raspava a cabeça. Em Jenipapo, a série histórica que fiz no Piauí, eu estava bem barbudo e cabeludo. É comum as pessoas que me conhecem terem dificuldade de me reconhecer. Tenho um traço camaleônico, próprio do ator mesmo. E eu adoro isso. Não consigo ficar muito tempo num mesmo visual. Sou um homem que precisa experimentar outras vivências. Viver outros para que eu possa ser."

Qual foi seu maior desafio profissional recente?

"A Hora do Boi é um espetáculo solo que conta a história de Seu Francisco, um homem simples que trabalha num abatedouro de bois e que passa a cuidar de um bezerrinho, o Chico, com o qual se afeiçoa e se torna amigo. A partir desta relação, ele se vê num grande dilema: continuar seguindo ordens e matar o único ser com o qual estabeleceu uma relação de afeto ou salvá-lo? Um desafio maravilhoso que me possibilita acessar diversos registros em cena: força, delicadeza, emoção, vigor, humor, brutalidade, entre outros. Um presente!"

Como é fazer um monólogo solo?

"Já estou me especializando em monólogos. A Hora do Boi é meu segundo solo. Apesar de estar sozinho em cena, o teatro é uma arte coletiva e nisso está também a grande beleza dessa linguagem. Além do fato do acontecimento teatral ser uma experiência única, presencial e efêmera. Viva o teatro!"

O que significa realizar um espetáculo para você?

"Eu estou muito feliz com a temporada do espetáculo A Hora do Boi. Para mim, realizar um espetáculo é concretizar um sonho. Esta é a 3ª temporada desse trabalho que está sem patrocínio. Sigo resiliente, apesar das dificuldades, porque tenho fé absoluta na mensagem e no poder de transformação que o teatro possibilita, o entendimento da igualdade entre todos os seres e o amor como a força mais poderosa do universo. É um espetáculo que dá voz ao animal e descola o ponto de vista antropocêntrico que coloca o homem no centro do universo e subjuga os outros seres. Importante lembrar sempre: os animais não estão à serviço da humanidade."

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