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Sucesso em 1995, 'A Próxima Vítima' reprisa a trama policial no Viva

10 set 2013 - 13h40
(atualizado às 13h40)
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Explorar o misterioso "quem matou" já é clichê na teledramaturgia. Mas quando escreveu a sinopse de A Próxima Vítima, exibida pela Globo em 1995, Sílvio de Abreu queria ir além disso. Na trama que o Viva reestreia na última segunda-feira (9), outras duas perguntas permearam os 203 capítulos de novela: quem mais vai morrer e por que estão matando? Segredos guardados até dos colaboradores, já que o autor só liberou o desenlace cerca de duas horas antes da exibição. "Gravamos o final às 19h para levarmos ao ar às 20h30. Tivemos imprensa até internacional na porta da emissora e conseguimos impedir o vazamento da identidade do assassino", lembra o autor, que conquistou 51 pontos de média geral e 64 em seu último dia de exibição, em 4 de novembro de 1995.

A novela era dividida em duas vertentes. A primeira, a policial, era centrada em um "serial killer" que matava, em média, um personagem por mês. No final que foi ao ar na primeira exibição, Adalberto, de Cecil Thiré, era o assassino, que matava uma lista de testemunhas de um crime cometido em 1968. Uma outra opção foi gravada, em que Ulisses, de Otávio Augusto, matava as testemunhas que tinham deixado seu pai ser preso, injustamente, por um crime que não cometeu. Já a segunda vertente era a romântica, envolvendo o triângulo amoroso formado, inicialmente, pelo feirante Juca, de Tony Ramos, a dona de pizzaria Ana, de Susana Vieira, e o ambicioso Marcelo, de José Wilker. "Para pegar a parte policial, tinha de prestar atenção, exigia certo raciocínio. Quem não era fisgado por aí, acompanhava a parte emocional", defende Silvio.

A ideia era exibir três cenas do último capítulo ao vivo. Mas, por medo de problemas técnicos e, consequentemente, ver a novela fora do ar, optou-se pela gravação da revelação do assassino poucos minutos antes da exibição. Para isso, Sílvio saiu de São Paulo no mesmo dia levando para o Rio de Janeiro o texto final das cenas, até então só conhecido por ele. Mas algumas pistas foram dadas ao longo da história. Por exemplo, o fato de Adalberto trabalhar vendendo carros usados, como o veículo utilizado pelo criminoso em suas ações. "Estava tudo armado. Nas primeiras cenas, antes do Adalberto ser inserido na história, já aparecia o Opala preto", recorda Alcides Nogueira, colaborador da novela junto com Maria Adelaide Amaral.

Outros feitos são creditados à A Próxima Vítima. Como, por exemplo, o fato do autor explorar o romance homossexual de dois colegas de faculdade de classe média. Além da discussão em relação à sexualidade de seus personagens e a reação de suas famílias e amigos ao namoro, havia ainda o fato de Sandrinho, papel de André Gonçalves, ser branco, e Jefferson, de Lui Mendes, negro. "Acho que abrimos ali portas para que, hoje, seja natural vermos casais gays inseridos na teledramaturgia. Até então, só me lembro de uma discussão tão aberta sobre o assunto no cinema", valoriza André, que chegou a ser agredido fisicamente na rua por interpretar um homossexual. "Era uma novidade ver uma família negra de classe média na TV. Normalmente, os papéis destinados aos negros eram os de serviçais ou escravos. Aquilo era muito inovador", exalta Paulo Betti, que vivia o investigador Olavo, responsável pela resolução do quebra-cabeça envolvendo os assassinatos em série.

Para muitos atores, A Próxima Vítima marcou uma fase de ascensão na carreira. Deborah Secco, por exemplo, estreou na Globo em Mico Preto, em 1990, com apenas 10 anos. Mas só na trama de Sílvio de Abreu é que se firmou nas novelas, ao encarnar a espevitada e sonhadora Carina. Alexandre Borges também estreava nas novelas da Globo ali, tendo feito antes na emissora apenas as minisséries Incidente em Antares e Engraçadinha – Seus Amores e Seus Pecados. E Cláudia Ohana, que vivia a "bonitinha e ordinária" Isabela no folhetim, encarnou sua primeira e única vilã. "Foi um trabalho maduro e do qual gosto muito. O que eu acho engraçado é que nunca fui hostilizada nas ruas por causa dela. As pessoas me elogiavam", lembra Cláudia, que gravou inúmeras cenas fortes na trama, incluindo algumas de sexo com José Wilker e Alexandre Borges, e de sua personagem sendo espancada e até esfaqueada ao ter uma traição conjugal descoberta.

<a data-cke-saved-href="http://diversao.terra.com.br/infograficos/duelo-vilas/iframe.htm" href="http://diversao.terra.com.br/infograficos/duelo-vilas/iframe.htm">veja o infográfico</a>
Fonte: TV Press
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