Policial eleito Mister quer valorizar imagem da instituição
Bruno Poczinek pretende atuar em campanhas sociais e promover o lado bom da polícia na mídia
Em um País que prefere glamourizar o bandido do que apoiar a polícia, a eleição de um representante da segurança púbica como Mister Brasil pode ajudar a reverter essa distorção social.
Paranaense radicado em Joinville (SC), onde atua no 8º Batalhão da cidade, Bruno Poczinek, de 28 anos, conquistou o título na segunda-feira (11), em evento realizado no clube A Hebraica, em São Paulo.
Com 1,93m de altura e 99 Kg, o policial com pinta de modelo internacional e galã de novela se disse surpreso com a vitória ao conversar com o blog.
Estava confiante?
Não imaginava ganhar o concurso. Já tinha passagem marcada para voltar para casa e ir trabalhar. A vitória me obrigou a mudar os planos e permanecer em São Paulo mais alguns dias para atender a imprensa e participar de eventos.
O que achou da competição?
A concorrência estava difícil. Fui o último a ser chamado para os dez finalistas. Depois, ao ficar entre os cinco e finalmente ser eleito, a felicidade foi mil. Não tenho nem como descrever.
Um policial Mister Brasil pode ajudar a melhorar a imagem da polícia?
Meu trabalho como policial é fazer a diferença na sociedade. Eu e meus colegas estamos sempre lutando pelo bem. Pretendo usar minha imagem para questões sociais, como arrecadar alimentos a quem precisa e brinquedos para crianças carentes. Quanto mais o policial for visto por algo positivo, e eu acredito que minha eleição como Mister Brasil é bastante positiva, será melhor para a imagem geral da polícia. Muitas vezes, a mídia só divulga quando o policial comete algum erro. Infelizmente, a conduta errada de uma minoria acaba prejudicando uma instituição que merece respeito. Quero mostrar que a polícia está aí para ajudar a sociedade.
Como será se dividir entre as ações policiais e os compromissos como Mister Brasil?
Nossa vida de policial é corrida. O pouco tempo livre usamos para nos dedicar à família. Vou tentar conciliar as obrigações profissionais com a agenda de Mister. No fim de ano, por exemplo, o policiamento aumenta para garantir a segurança da galera. Estou há alguns anos sem passar o Natal e o Réveillon com meus parentes.
A beleza o ajudou na profissão?
No meu serviço, a aparência não conta. O que importa é o desempenho da função. Vivemos numa sociedade moderna que, cada vez mais, tem valorizado o policial. Nunca sofri preconceito no trabalho por ser bonito. O comandante da minha companhia até elogiou minha participação no Mister. Os amigos é que faziam piadinhas, me chamando de policial modelo. Mas sempre levei na esportiva.
O concurso Miss e Mister Brasil 2017 é promovido pelo Sindicato Pró-Beleza, com assessoria de Thiago Michelasi.
“O nosso concurso se diferencia dos demais porque é uma ação cultural. Nenhum candidato pagou para participar”, explica Michelasi. “Fazemos o resgate da cultura de Miss e Mister no País, sem pensar em ganho financeiro. O que queremos é realizar sonhos de maneira honesta e oferecer bons exemplos de homens e mulheres à sociedade.”
A organização do evento festeja o projeto de lei 4.747/2016, apresentado pelo deputado federal Ricardo Izar, que regulamenta o trabalho de Miss e Mister como agente cultural em atividades de moda e beleza.
“Como Embaixadores da Beleza, os ganhadores do concurso vão ajudar pessoas em situação de risco, como moradores de rua, a resgatar a autoestima e ter uma nova profissão ligada ao mercado da estética”, anuncia Thiago.