Gastronomia é no Mestre do Sabor. Tretas? Veja MasterChef
Talent shows oferecem entretenimentos distintos explorando a paixão por comida e rivalidade
Chega ao fim hoje à noite a segunda temporada do Mestre do Sabor. Quatro cozinheiros disputam o troféu: Ana Zambelli, Dário Costa, Júnior Marinho e Serginho Jucá. A competição final para definir o campeão será ao vivo. Os episódios anteriores foram gravados na fase inicial da quarentena imposta pela pandemia de covid-19, antes do fechamento temporário dos Estúdios Globo, no Rio.
A atração evoluiu na comparação com a edição anterior, exibida de outubro a dezembro de 2019. O chef-apresentador Claude Troisgros está mais descontraído. Agora demonstra aquele humor saboroso visto em seus programas no GNT. Seu fiel assistente, Batista, ficou participativo e deu várias dicas a partir de seu amplo conhecimento da cozinha raiz brasileira.
Os chefs-mentores Leo Paixão, Kátia Barbosa e Rafa Costa e Silva (em substituição ao titular José Avillez, que retornou a Portugal no início da crise do novo coronavírus), conseguiram exalar mais carisma na condução dos competidores e na degustação e avaliação dos pratos. Superaram a pouca experiência em TV.
O Mestre do Sabor foca menos no perfil dos participantes e mais na capacidade de se criar bons pratos. O telespectador acompanha um show de alto nível gastronômico, com forte apelo visual. A competição é bem mais interna (o cozinheiro tentando superar a si mesmo) do que em relação aos adversários nas provas. Até mesmo a disputa entre os chefs-mentores fica longe do antagonismo.
Enquanto isso, na Band, o primeiro MasterChef com amadores em plena pandemia diverte com as ironias e broncas dos chefs-jurados Erick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça. Mas ao passar a eleger um vencedor a cada programa, o talent show perdeu o poder de fidelizar o público acostumado a torcer a favor e contra certos participantes ao longo de meses.
O novo formato não permite acompanhar o MasterChef como se fosse uma novela ou um reality show, com participantes colocados nos papéis de vilões e mocinhos. Os dois primeiros episódios entreteram mais pelas trapalhadas e reações cênicas dos chefs-jurados do que propriamente pela comida preparada.