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Se o Tempo é Rei, o Tempo é Gil

Em sua despedida dos palcos de São Paulo, Gilberto Gil emociona e faz surgir milhares de estrelas no céu com seu sorriso

19 out 2025 - 09h12
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Na noite do último sábado, 18, Gilberto Gil subiu ao palco, com sua alma cheirando a talco, em São Paulo, pela última vez. Ainda em sua turnê de despedida, Tempo Rei, o baiano brilhou em noite chuvosa no Allianz Parque com o fogo eterno para afugentar o inferno para outro lugar.

Gilberto Gil em show da turnê Tempo Rei, em São Paulo, no Allianz Parque
Gilberto Gil em show da turnê Tempo Rei, em São Paulo, no Allianz Parque
Foto: Igor Aleixo / Rolling Stone Brasil

Com mais de 60 anos de carreira, Gil continua dançando sem parar em seus shows, mostrando que o amor dele com o palco é como um grão. Com duas horas e meia de show, o artista entrega tudo, para todos, passeando por discos como Um Banda Um (1982), A Gente Precisa Ver o Luar (1981), Expresso 2222 (1972), Refazenda (1975) e muito mais. Ele emociona, faz dançar, faz sorrir e faz cantar, desde o início com "Palco" até o encerramento com "Toda menina baiana".

Gilberto Gil é um monolito de genialidade pura, que quanto mais você olha, mais você aprende a amar. Ele sempre andou com fé, pois sabia que ela não costumava faiar. Sabia que ela estava na manhã e no anoitecer, e também no calor do verão. Sabia que ela estava viva e sã, e que também estava para morrer, triste na solidão.

Sabia, também, que a paixão que derramava sobre o público voltava multiplicada — três, quatro, infinitas vezes. Não se iludia: compreendia que o pensamento tem o mesmo fundamento frágil e divino do ser humano e que, num sopro, pode deixar de fundar gregos, baianos e até universos inteiros.

Em cada apresentação da turnê, Gil recebeu um convidado especial. E para coroar essa despedida, chamou ninguém menos que Roberto Carlos. O Rei dividiu os microfones em "A Paz" e, quebrando o protocolo, uniu-se a Gilberto Gil em uma versão arrebatadora de "Além do Horizonte", levando o público ao delírio.

Este texto deveria ser sobre um show. Mas como escrever sobre um show quando o que vimos foi a própria vida em forma de canção? As letras e melodias de Gil são o legado mais duradouro que ele nos deixa — e seguirão emocionando, conduzindo passos e corações por muitas gerações.

Obrigado, Gil. Aquele abraço.

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