Eterno Chico Science! Amigos falam sobre o legado do artista

Chico Science surgiu do rico caldeirão cultural do Nordeste brasileiro, onde começou a inovar com os ritmos tradicionais do maracatu ao lado de Gilmar do afro bloco Lamento Negro. Sua fusão de maracatu com reggae, funk, rap e rock, tocada em uma mistura de instrumentos tradicionais e tecnologia moderna, deu origem ao gênero conhecido como "mangue beat". Este termo, cunhado pelo próprio Science, simbolizava a mescla de sons regionais com influências pop globais.

Juntando-se a Fred 04 do Mundo Livre S/A, Science desenvolveu ainda mais o movimento mangue beat, lançando o manifesto "Caranguejos com Cérebro", uma referência aos manguezais de Recife. Alcançando reconhecimento em sua região, Chico Science e Nação Zumbi expandiram sua atuação para o Sudeste, ganhando aclamação nacional e até se apresentando em eventos de prestígio como o Festival de Montreux e o Central Park ao lado de Gilberto Gil.

Seu álbum de estreia "Da Lama Ao Caos" contou com o sucesso "A Praieira", que se tornou uma sensação após ser apresentado em uma novela de TV popular. O álbum seguinte, "Afrociberdelia", tendeu mais para o pop e a eletrônica, exibindo a visão musical em evolução de Science. 

Apesar da morte prematura de Science, Nação Zumbi continuou a honrar seu legado, com o percussionista Jorge du Peixe assumindo os vocais. O espírito pioneiro e o som inovador de Chico Science continuam a inspirar músicos tanto no Brasil quanto ao redor do mundo, deixando uma marca indelével na história da música brasileira.