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Veja cinco casos marcantes de plágio no rock

A uma semana do Dia Mundial do Rock, que será celebrado sábado, dia 13, relembramos alguns dos plágios mais curiosos da história do gênero

8 jul 2019 - 06h11
(atualizado às 07h08)
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Desde que os três acordes básicos do blues foram acelerados em algum lugar da primeira metade dos anos 1950, e em algum canto dos Estados Unidos, para se tornarem algo que iria um pouco mais longe chamado rock and roll, a roda começou a girar sob o signo do vale tudo. Valia praticamente tudo para aqueles meninos que começavam cedo a empunhar um violão (a guitarra era ainda uma realidade cara e distante) e a querer ser Elvis Presley.

Se não foi o criador, Elvis foi quem primeiro esticou o elástico para além da jurisprudência dos aficionados pela nova ordem roqueira. Depois dele, nada seria igual, mesmo com as pedradas arremessadas por músicos que morreram dizendo que a única coisa que o garoto branco de Tupelo, Mississippi, havia feito foi roubar os negros. "Elvis ganhou o que nunca conseguimos ganhar tirando a música dos negros", me disse Ike Turner pouco antes de morrer, mesmo sob seu eterno descrédito depois das surras que deu na mulher, Tina Turner.

O vale tudo formal se baseava no rock em uma premissa estética. Ninguém copia ninguém porque, afinal, só temos três acordes. Com o tempo, o rock and roll foi ganhando complexidade, deixando os pontos fundamentais do campo harmônico mais primitivo que o blues nos ensinou para explorar caminhos e linguagens mais complexas. Aos anos 1950, de Buddy Holly, se seguiram os 60 da polarização Beatles X Stones, os 70 dos guitar heroes, os 80 do punk e da new wave, os 90 do grunge, e os 2000 em diante, do indie e da subsequente pulverização que chegaria aos dias atuais. O que é o rock hoje? Quem se arrisca a responder? A falta de resposta, talvez, já seja ela mesma. A geopolítica roqueira não admite mais fronteiras.

Dia 13 que chega, sábado próximo, será o Dia Mundial do Rock, batizado assim desde que o Live Aid de 1985 fez a maior exibição de força do rock and roll colocando o mundo diante de uma transmissão grandiosa para 1,5 bilhão de pessoas. Os concertos foram realizados no Wembley Stadium, em Londres, e no John F. Kennedy Stadium, na Filadélfia. Houve shows também em Sydney, Moscou e Japão.

O decorrer da história é de muitas histórias e, no desenrolar de cada uma, alguns tropeços. A acusação de plágio no meio roqueiro é o delito mais grave, o furto da inspiração alheia, o arrastão oportunista do único bem que um artista tem que é sua criação. A uma semana do Dia do Rock, aqui vão algumas histórias de plágio clássicas e outras nem tanto.

Beach Boys

Chuck Berry fez riffs incríveis e os primeiros rocks em escala mundial. O preço a pagar: muita gente ficou com aquilo na cabeça para usar conscientemente ou não em suas próprias músicas. Um caso clássico acontece com os Beach Boys, que criam Surfin USA, sucesso monstruoso de 1963, nos calcanhares de Sweet Little Sixteen, por Berry em 1958. Impaciente e sem muito jeito com as palavras, Berry ameaçou processar o grupo e isso foi o bastante para que seu nome começasse a aparecer nos créditos.

George Harrison

George Harrison, de caráter acima de suspeitas, caiu em uma armadilha da memória ao usar semelhanças sonoras retidas em seu cérebro para fazer My Sweet Lord, seu primeiro sucesso da carreira pós Beatles. A banda The Chiffons, um quarteto vocal feminino, apontou as partes reproduzidas de sua canção He's So Fine e George amargou o banco dos réus. A sentença foi o pagamento de US$ 1,6 milhões aos autores do Chiffons.

Led Zeppelin

Eis a banda que mais furtou músicas na história do rock. Jimi Page e Robert Plant fizeram um verdadeiro saque de ideias de blueseiros norte-americanos, talvez crentes na impunidade eterna por mexerem com uma classe então esquecida e prestes a desaparecer. Assim, a lista é grande, mas os casos mais conhecidos dizem respeito a Bring it Home, The Lemon Song e Whole Lotta Love, todas saídas das ideias de bluesmen dos Estados Unidos.

Oasis

Eles fizeram uma banda toda, segundo o escritor Nick Hornby, tirada da costela de uma música dos Beatles, Rain. Mas um caso de acusação de plágio mais latente ocorreu quando gravaram Step Out, que deveria estar no segundo (e consagrado) disco da banda, What's The Story? (Morning Glory). Um ano depois ela reapareceu como lado-b do single Don't Look Back In Anger, com um crédito de co-autoria para Stevie Wonder, Henry Cosby e Sylvia Moy (todos eles autores de Uptight). Não se sabe o que houve a portas fechadas, mas certamente um acordo entre as partes para se evitar um processo movido pelos reais autores.

John Lennon

Come Together pode ser também uma ideia apreendida pelos ares. John Lennon teve uma vez como reclamante seu ídolo, Chuck Berry, que o culpou de apropriação indevida quando ouviu Come Together pela primeira vez. Para Berry, era tudo fruto do que ele já havia feito com You Can't Catch Me.

Estadão
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