Relembre artistas que cantaram músicas de duplo sentido

Falcão, o pai do brega, criou a música 'No Cume', que dispensa qualquer tipo de explicação: "No alto daquele Cume/ Plantei uma roseira/ O vento no Cume bate/ A rosa no Cume cheira/ Quando vem a chuva fina/ Salpicos no Cume caem/ Formigas no Cume entram/ Abelhas do Cume saem"

Em 'Garagem da Vizinha', os sertanejos Rio Negro e Solimões falam sobre a generosidade de uma vizinha não identificada em ceder a garagem de sua casa para que estacione o carro, mas a letra é repleta de trocadilhos sexuais e virou hit da dupla: "Põe o carro/ Tira o carro/ A hora que eu quiser/ Que garagem apertadinha/ Que doçura de mulher/ Tiro cedo /Ponho a noite/ E também de tardezinha/ To até trocando óleo na garagem da vizinha"

Teodoro e Sampaio são os pais da música de duplo sentido. Afinal, quem nunca ouviu a famosa 'Roela do Eno': "O Eno é meu amigo e companheiro/ O Eno é um cara especial/ Coleciona roelas prateadas/ Tem uma coleção sensacional/ Uma noite o Eno foi no forró/ Dançou demais e acabou perdendo/ Uma roela que pra ele vale ouro/ Tá procurando, tá chorando, tá sofrendo/ Quem tá com a roela do Eno/ Não adianta disfarçar/ Nem ficar escondendo"

Raul Seixas também metaforizou na hora de falar sobre o sexo entre duas mulheres em 'Rock das Aranhas': "Subi no muro do quintal/ E vi uma transa que não é normal/ E ninguém vai acreditar/ Eu vi duas mulher botando aranha prá brigar/ Duas aranha, duas aranha/ Duas aranha, duas aranha/ Vem cá mulher deixa de manha/ Minha cobra quer comer sua aranha"

Michel Teló invadiu as rádios do País com a 'Fugidinha' e fez até os mais recatados cantarem o hit sem sentir vergonha: "O jeito é dar uma fugidinha com você/ O jeito é dar uma fugida com você/ Se você quer/ Saber o que vai acontecerPrimeiro a gente foge/ Depois a gente vê"

Sucesso no Carnaval de Salvador em 2011, o grupo LevaNóiz juntou vários super-heróis em 'A Liga da Justiça' e fez um refrão chiclete, que quando cantado rapidamente dá margem a dupla interpretação: "Foge! foge mulher maravilha/ Foge! foge! com super-man"

E a funkeira Tati Quebra Barraco, que resolveu fazer propaganda do 'Fogão Dako' em sua música: "Entrei numa loja/ estava em liquidação/ queima de estoque, fogão na promoção/ Escolhi da marca Dako porque Dako é bom!/ Dako é bom!/ Dako é bom!/ Calma minha gente, é só a marca do fogão!"

Silvio Santos em sua marchinha de Carnaval 'A Pipa do Vovô' cantou a impotência sexual do velhinho: "A pipa do vovô não sobe mais/ A pipa do vovô não sobe mais/ Apesar de fazer tanta força/ o vovô foi passado pra trás/ Ele tentou mais uma empinadinha/ A pipa não deu nenhuma subidinha"

O grupo Raça Pura fez sucesso com o hit 'O Pinto', no qual se refere ao filhote de uma galinha, mas na verdade, dá margem para outras interpretações: "O pinto do meu pai/ Fugiu com a galinha da vizinha/ Já procurei dia e noite/ Já procurei noite e dia/ Esse pinto não é mole/ Esse pinto é safado/ Não consegue dormir/ Sem ter uma galinha ao lado/ E pra dormir/ Tem que coçar a cabecinha/ Fazendo um cafuné/ Coitadinha dessa galinha"

Nem só de trocadilhos sexuais se formam as músicas de duplo sentido. Chico Buarque escreveu 'Cálice' em 1973 e usou um jogo elaborado de palavras para despistar a censura da ditadura militar. "Pai! Afasta de mim esse cálice/ De vinho tinto de sangue/ Como beber dessa bebida amarga/ Tragar a dor e engolir a labuta?/ Mesmo calada a boca resta o peito/ Silêncio na cidade não se escuta.../"

Neísa Pantera, que fez sucesso na web por um tempo, fez a música 'A Jabuticaba'. Para descrever a fruta, se fez valer de detalhes que dão margem a outras interpretações: "Sou gostosa e saborosa/ Docinho igual ao mel/ Todo mundo que me chupa/ Se sente lá no céu/ Me colocam na boca/ Me chupam e me mordem/ Meu doce é uma delícia/ E meu suco é tão forte"

A dupla Rodolfo e ET também fez sucesso com suas letras de duplo sentido. Entre elas, destaque para 'A Gina': "Vocês querem que a Gina vai embora?/ Vá Gina, Vá Gina!"

O grupo Aviões do Forró tem a música Não É Nada Disso. Vários trechos capciosos antecedem o motivo pelo qual estão cantando: "Abre as pernas e senta em cima dela/ Abre bem as pernas e senta em cima dela/ Não é nada disso que você está pensando/ Não é nada disso que você está pensando/ É da bicicleta que eu estou falando/ É da bicicleta que eu estou falando"

Genival Lacerda cantou uma música bem divertida para o gato Tico-Tico, que quando falada rapidamente dá margem a interpretação sexual: "Tico-Tico é um gato/ Que a Maria quer bem/ Não dá, não troca, não vende/ Nem empresta prá ninguém/ O Tico tem um defeito/ Que não dá prá consertar/ O defeito do Tico/ É danado prá miar/ Tico mia na sala/ Tico mia no chão/ Tico mia na cozinha/ Tico mia no fogão"

Bezerra da Silva, um dos grandes mestres do samba, fez uma música com trocadilhos sobre a cocaína: "Fui num samba lá no morro/ Nunca vi tanta limpeza/ Era proibido cafungar, fumar bagulho e beber cerveja/ O responsável assim dizia: Na minha festa não tem bebedeira/ Porque aqui no meu barraco só tem Coca aí na geladeira/ Tem coca aí na geladeira, Tem coca aí na geladeira/ Tem coca aí na geladeira, Tem coca aí na geladeira"

A música 'Água de Côco', do cantor Leonardo, cantada por muitos de seus fãs, faz alusão ao órgão genital masculino: "Ela segurava o côco, e alisava o canudinho/ Pra me deixar no sufoco, dava um tapinha no côco/ Só pra me deixar doidinho/ Ela balançava o côco, e também meu coração/ E eu ali naquela sede, parecendo o côco verde/ Que ela passava a mão"