Planet Hemp tem turnê de despedida pelo Brasil
Três décadas, muita fumaça e uma despedida em alto e bom som
O Planet Hemp está pronto para dar sua última tragada nos palcos do Brasil. Após mais de 30 anos incendiando o cenário musical com atitude, irreverência e uma mistura sonora que vai do rap ao rock psicodélico, o grupo liderado por Marcelo D2 anunciou sua turnê de despedida.
Batizada com a ironia que só a banda tem, "A Última Ponta" começa em setembro e promete fechar com chave de ouro essa jornada que marcou gerações.
O adeus começa em Salvador e passa por outras nove capitais: Recife, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Goiânia, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, encerrando a turnê em novembro no Allianz Parque, em São Paulo.
Os ingressos começam a ser vendidos nesta quarta-feira (18), ao meio-dia, nas plataformas Eventim e, para o show na capital baiana, também pela Sympla. Já nas bilheterias físicas, o horário de início é às 13h.
Em nota à imprensa, Marcelo D2 foi direto ao ponto:
"Fizemos um belo trabalho nesses 30 anos de carreira, mas tudo tem um final. O Planet Hemp tem uma energia muito forte que não queremos que se apague." E ele está certo: poucas bandas brasileiras conseguiram reunir tanta gente, barulho e ideias fortes em uma mistura tão potente quanto a do Planet.
De sete espectadores ao Allianz: uma história de resistência
Se hoje o grupo se despede lotando estádios, é bom lembrar que o começo foi bem mais modesto. "Nosso primeiro show foi para sete pessoas", relembra D2, entre risos. E talvez esteja aí o segredo do sucesso duradouro da banda: nunca foram apenas músicos, sempre foram porta-vozes de uma geração que não se conforma, que questiona, que canta e protesta.
O Planet Hemp nunca se limitou a rimas ou riffs. Foram voz ativa na luta pela legalização da maconha e enfrentaram de peito aberto o conservadorismo com letras afiadas e performances incendiárias. Ao longo da carreira, enfrentaram censura, prisões, mudanças de formação e até hiatos, mas nunca perderam a relevância nem o tom provocador.
Hoje, a formação reúne Marcelo D2, BNegão, Formigão, Nobru, Pedro Garcia e Daniel Ganjaman — uma equipe de peso que segura o legado com firmeza até o último acorde.
Planet Hemp: Uma despedida que é mais um convite à celebração
"A Última Ponta" está longe de ser um lamento. É celebração. É gratidão. É reencontro com fãs que fizeram da banda trilha sonora de protestos, rolês e revoluções pessoais. Os palcos do Brasil vão testemunhar não apenas o fim de uma era, mas a consagração de um nome que moldou o som e a contracultura nacional.
Se o futuro do Planet Hemp está chegando ao fim, o impacto que deixaram no presente e no passado da música brasileira vai continuar reverberando. Eles podem estar apagando a ponta final, mas a brasa vai continuar acesa por muito tempo.