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Cubanos do Buena Vista fazem show histórico no RS

22 out 2011 - 16h18
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Mauricio Tonetto
Direto de Porto Alegre

Quando a cantora Omara Portuondo apareceu na noite de sexta-feira (21) no palco do teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre (RS), a orquestra do Buena Vista Social Club e o público se renderam à vitalidade desta cubana octogenária. Esbanjando saúde e carisma, ela se juntou a Carlitos Calunga, líder da osquestra, e cantou alguns sucessos como Chan Chan, Candela e Quizás, Quizás, Quizás, sendo aplaudida de pé. Com Omara no palco, a Cuba pré e pós revolucionária de Compay Segundo e Ibrahim Ferrer estava presente através do seu maior charme: a música e a dança.

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Os 13 integrantes do Buena Vista Social Club tocaram durante 1h40 "as coisas de Cuba". A formação da orquestra conta com dois artistas conhecidos pela participação em um documentário do cineasta alemão Wim Wenders, lançado em 1999: o trompetista Guajiro Mirabal e o trombonista e diretor musical Jesús Ramos. Participaram ainda uma nova geração de excelentes músicos, representados pelo cantor Calunga e pelo pianista Rolando Luna.

Mas o grande atrativo do show foi a cantora Omara Portuondo, vencedora de um Grammy latino pelo seu álbum Gracias. Vestida toda de branco e intitulada pelos músicos da orquestra como "a mulher mais bonita e sexy" de Cuba, ela aumentou a temperatura do espetáculo e cantou o amor com profundidade e expressão, como nas músicas Veinte Años e Dos Gardenias, levando o público para a atmosfera envolvente e sensual de Havana.

"A música, mesmo com a revolução, continuou cultivando sua cultura e história. A música cubana canta a liberdade, independente dos irmãos Castro (Fidel e Raúl)", acredita o ex-deputado federal e cientista político Rubens Ardenghi, 63 anos, que esteve em Cuba há uma década. Para ele, é impossível não associar a música à política na ilha de Fidel Castro. No palco, porém, a orquestra não fez nenhuma menção às condições atuais no país, limitando-se a dizer que os cubanos "querem muito" os brasileiros.

O ponto alto da noite foi a homenagem a Compay Segundo (1907-2003), violinista, clarinetista e compositor histórico de Cuba. Autor de canções como ¿Y tú, qué as hecho? e Amor de loca juventud, o ex-integrante do Buena Vista foi aclamado em Chan Chan, música de sua autoria que rodou o mundo e serviu para consolidar a arte cubana.

Um clube com história

O Buena Vista Social Club era um clube de dança e atividades musicais de Havana, onde os músicos se encontravam e tocavam na década de 1940, entre eles Manuel Licea, Compay Segundo, Rubén González, Ibrahim Ferrer, Pío Leyva, Anga Díaz e Omara Portuondo. Ao longo dos anos o grupo se reformulou, mas sempre manteve sua essência.

Na década de 1990, cerca de 40 anos após o fechamento do clube, o músico cubano Juan de Marcos González e o guitarrista americano Ry Cooder, junto aos artistas tradicionais, gravaram um disco chamado Buena Vista Social Club, que tornou-se sucesso internacional.

Foi quando o cineasta Wim Wenders filmou a apresentação do grupo na Holanda, e uma segunda apresentação no Carnegie Hall, em Nova York, transformando o material em um documentário, acompanhado de entrevistas feitas em Havana. O filme, chamado Buena Vista Social Club, foi aclamado pela crítica, sendo indicado ao Oscar de Melhor Documentário e ganhando o prêmio no European Film Awards.

Omara Portuondo esbanjou carisma no show do Buena Vista Social Club em Porto Alegre, na última sexta-feira (21)
Omara Portuondo esbanjou carisma no show do Buena Vista Social Club em Porto Alegre, na última sexta-feira (21)
Foto: Lucas Cunha / Divulgação
Fonte: Terra
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