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Anitta: "posso levar milhões de caras ao palco e todos vão me respeitar"

Nascida no Rio de Janeiro, a cantora conquistou o Brasil com seu funk melody, coreografias provocantes e sensualidade latente

26 jun 2013 - 08h43
(atualizado às 14h22)
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Anitta é dona do sucesso 'Show das Poderosas'
Anitta é dona do sucesso 'Show das Poderosas'
Foto: Facebook / Reprodução

Má, meiga e abusada.  Adora "atiçar", afronta as fogosas e, de quebra, ainda expulsa as invejosas. A Mulher Maravilha em questão, na verdade, está mais para Lolita do século 21.  Tem 20 anos, corpo em plena forma, e sobe ao palco com roupas e rebolado prontos para deixar muito homem por aí “ba-ban-do” mesmo. Descoberta no Youtube, conquistou o público carioca com seu funk melódico, cheio de rimas fáceis e coreografias difíceis. Larissa Macedo de Machado – é, ela mesma, a Anitta – estourou nas rádios do Rio de Janeiro em 2012 com Meiga e Abusada e, no ano seguinte, com Show das Poderosas em todo o País. Seu cachê cresceu mais de 400%, faz shows em todo Brasil, já passou por quase todos os programas da TV Globo e é requisitadíssima para dar entrevistas. Um sucesso só.

Conheci Anitta em uma quarta-feira, dia de jogo entre Brasil x México pela Copa das Confederações. Ela estava no camarim, recebendo pacientemente alguns veículos da imprensa, poucos minutos antes de seu show na casa noturna Santa Aldeia, em São Paulo. Parecendo cansada da maratona dos últimos dias, tentou não perder a simpatia. Vestida com um short curtíssimo, um top e salto alto, a imagem de “mulherão” do clipe de Show das Poderosas se desmanchou no “oi”.  Me deu um beijo e um abraço, como se fosse uma velha conhecida, e já lançou: “Tudo bem? Ai, vamos sentar! É melhor para conversar”. Pronto, a partir dali, Anitta era apenas uma jovem de 20 anos.

Já tinha visto alguns vídeos de shows, e notei que, apesar de receber o rótulo de funkeira, Anitta está mais para uma artista pop. Canta funk em seus shows, mas não se detém apenas nisso: vai de Tim Maia a Kelly Key. “Sempre fui muito eclética. Quando eu fiz um vídeo e coloquei na internet era cantando funk, brincando com isso. Aí, o produtor que me descobriu era de funk, entendeu? Aí, foi isso que aconteceu. No caso, o funk que me descobriu. Não foi porque eu decidi ir para o funk. Eu sempre fui muito eclética. Gosto de tudo igual”, defendeu.

A jovem, que começou cantando na igreja e depois foi para os bailes, largou um emprego certo na Vale do Rio Doce depois de passar em uma seleção que teve mais de 5 mil candidatos para apenas 5 vagas.  Além disso, adotou o nome Anitta, referência à minissérie Presença de Anita (2001), que tinha Mel Lisboa como protagonista.  Sem dúvida, decisões acertadas. Atualmente, o cachê da cantora está estimado em R$ 120 mil, sua música é trilha sonora de Amor à Vida e, para completar, ela já é considerada um símbolo sexual. 

“No Rio, onde eu já sou conhecida há bastante tempo, consigo levar milhões de caras ao palco e todos vão me respeitar da mesma forma. Tento levar de uma maneira sem apelar. Só estou usando a sensualidade, que é uma coisa que toda mulher usa na vida em algum momento. De forma que não agrida ninguém”, defendeu a moça, que é percursora do "quadradinho", movimento feito com o bumbum que se popularizou por aí.

Falando em agredir, questionei Anitta sobre o funk montagem, difundido por artistas como Valesca Popozuda, algumas vezes com conteúdo mais “pesado” do que os entoados por aí pela nova estrela.  “Canto no meu show. Mas não com palavrão, não com coisa feia. Mas nunca com palavrão, sempre de boa, aquele funk legal”, explicou. A repulsão pelo “palavrão”, porém, fica só na ala musical. Assim que subiu ao palco, na mesma noite, minutos depois da entrevista, gritou algumas vezes: “que foda, São Paulo” e “quero ouvir mais alto, porra”. 

Com palavrão ou sem, a verdade é que Anitta tem um exército "pesado" e cheio de "poder", que lota todos os seus shows em todos os lugares do Brasil. Confira a entrevista completa:

Terra - Quando você era pequena, cantava em igreja, cantou samba e diversos outros ritmos. Por que a escolha do funk?

Anitta - 

Então, na verdade, não foi nem uma preferência. Sempre fui muito eclética. Quando eu fiz um vídeo e coloquei na internet era cantando funk, brincando com isso. Aí, o produtor que descobriu era de funk, entendeu?! Aí, foi isso o que aconteceu. No caso, o funk que me descobriu. Não foi porque eu decidi ir para o funk. Sempre fui muito eclética. Gosto de tudo igual.

Terra - Suas músicas são mais traquilas, exaltam as mulheres. Cantaria algo no estilo Valesca Popozuda?

Anitta -  

Eu canto no meu show. Mas não com palavrão, não com coisa feia. Canto o que chamam de funk montagem no meu show. Mas nunca com palavrão, sempre de boa, aquele funk legal.

Terra - Você não gosta de palavrão, então? Evita?

Anitta - Não gosto. Não acho legal, mas hoje em dia o funk está se preocupando muito com isso. Tem bem menos.

Terra - Realmente, o funk melody tem tido mais espaço, com você, com o Naldo, por exemplo. E, antigamente, tínhamos Claudinho & Buchecha, entre outros. Como vê esse fortalecimento do gênero?

Anitta - Sempre teve os dois tipos. O que mudou foi o foco para cada tipo de coisa. Mas sempre existiu todos os tipos de funk, o que muda é a imprensa mais voltada para um tipo. Só que hoje em dia está muito legal, assim. Todas as pessoas estão se preocupando em fazer um trabalho de qualidade, sem falar coisa feia. Todo mundo seguindo um padrão legal.

"A música tem esse poder: de deixar você na fossa ou deixar você super "up", animada", disse Anitta ao Terra
"A música tem esse poder: de deixar você na fossa ou deixar você super "up", animada", disse Anitta ao Terra
Foto: Facebook / Reprodução

Terra - Você que escreve suas músicas, né?!

Anitta -

Isso!

Terra - Elas estão sempre exaltando as mulheres, diferente de algumas outras do gênero musical. Você se preocupa em colocar essa temática nas músicas?

Anitta - 

Sim. Porque eu falo muito sobre o que eu penso, coisas que eu já vivi, pessoas que conheci. Então, acaba que essa coisa de exaltar a mulher coincide com o que eu penso. Entende?! Eu falo sobre pensamentos meus, coisas que eu já vivi e coincide de ser sobre isso e as mulheres acabam se identificando, gostando do discurso.

Terra - Algumas fãs dizem que suas músicas ajudam a superar fases difíceis da vida...

Anitta - Acho que é porque anima. Dá um "up" de mensagens legais, de coisas que as pessoas podem pensar sobre quando estiverem passando por uma fase ruim. A música tem esse poder: de deixar você na fossa ou deixar você super "up", animada. Então, as meninas escolhem ouvir as minhas músicas!

Terra - Show das Poderosas tem mais de 20 milhões de visualizações no Youtube e, com isso, ganhou muitas paródias, como forró, gospel. Recentemente, foi uma sobre as manifestações pelo Brasil. Você fica chateada ou aprova?

Anitta - Acho legal. Essa do protesto eu até postei no meu Instagram. Alguém fez, achei legal, postei. Tenho visto várias. De forró eu postei também. Eu estou gostando muito. É muito legal você fazer uma coisa e ver que as outras pessoas seguem.

Terra - Você iria para a rua protestar?

Anitta - 

Todo mundo achou que fui eu que fiz essa, mas não foi. Sim. Super iria. Porque hoje se eu for, estou ferrada! Ia ficar um monte de gente em cima de mim (risos).

Terra - Alguns artistas foram, como Bruno Gagliasso, Thaila Ayala e foi bem tranquilo...

Anitta - Já fui algumas vezes em algumas passeatas de várias coisas. Quando eu era de colégio, a gente lutava muito. Eu sempre ia. Gostava muito desde novinha. Sou muito patriota. Gosto muito de participar dessas coisas. Hoje, infelizmente, não consigo fazer isso por conta de muito trabalho, de uma rotina muito pesada, mas com certeza eu participaria e tento deixar meu recado, qualquer coisa que possa ajudar as pessoas, porque a pessoa pública mesmo não podendo fazer parte, pode ajudar, falar, mostrar que pensa de uma tal forma, que você fala para muita gente.

Terra - Com a fama e o sucesso, como fica sua relação com a imprensa?

Anitta - 

A imprensa é uma coisa muito louca, porque no início eu que ficava atrás: "poxa, conheça o meu trabalho", "olha, vem cá, olha o meu trabalho". Interesse zero de todo mundo. Pouquíssimos veículos me ajudaram e iam atrás, queriam fazer alguma coisa comigo. Hoje em dia, ficam todos interessados em cada vírgula, muitas vezes distorcem cada vírgula que eu falo. Fica complicado. Mas, de forma geral, tento me acostumar, porque é assim, você pode ver com várias pessoas. Só é complicado quando publicam alguma coisa que não é verdade ou mudam alguma coisa que eu falei, aí eu fico chateada.

Terra - Recentemente falaram que você teve um caso com o Neymar, você desmentiu, postou uma foto com a Bruna Marquezine (namorada do jogador)...

Anitta anima torcedores com dança do "Quadradinho"; assista:

Anitta - 

É, pois é. Eu, até então, achava que as pessoas não inventavam as coisas. Mas inventam sim. É bem chato. Quando é mentira, eu não gosto. Mas quando é verdade eu só esclareço e ponto.

Terra - Como é ser um símbolo sexual?

Anitta -

S

empre encarei da mesma forma, com bastante respeito. Eu tento, né?! Em alguns lugares, que eu só estou sendo conhecida agora, tenho um pouco mais de trabalho para mostrar que é uma coisa sensual, que não precisa desrespeitar ninguém, ofender ninguém. No Rio, que eu já sou conhecida há bastante tempo, eu consigo levar milhões de caras ao palco e todos vão me respeitar da mesma forma. Tento levar de uma maneira sem apelar. Só estou usando a sensualidade, que é uma coisa que toda mulher usa na vida em algum momento. De forma que não agrida ninguém.

Terra - Você sempre fala para as meninas se sentirem poderosas. Quando você se sente poderosa?

Anitta - 

Quando eu subo no palco e vejo tudo o que eu conquistei. Tudo o que eu consegui com muito trabalho, que as pessoas acham que foi da noite para o dia e não foi. Trabalhei muito para isso. Então, quando vejo todo mundo cantando comigo ou quando eu vejo a galera querendo fazer parte do meu trabalho eu me sinto muito poderosa. Muuuito!

Terra - Sucesso você já está fazendo. O que mais a Anitta quer?

Anitta -

Acho que a luta não é só minha, mas de toda a minha equipe, que a gente conquiste uma carreira sólida, que não seja passageira. A gente tem muito projeto. O CD vai ser lançado em 9 de julho, o DVD no fim do ano. A gente tem muito planejamento e investimento para que o trabalho prossiga e se torne uma carreira sólida.

Terra - Você já tem seis músicas lançadas. Por que essa demora em lançar um CD?

Anitta -

É. Já está pronto há um tempinho. Demora para fabricar um CD físico e para distribuir também. Ele fabrica, não me lembro onde é a fábrica da minha gravadora, que é a Warner, e aí vai para Manaus, e dali para todo o País. E tem que sair em todos os estados no mesmo dia. Vai ter muita música inédita no CD. Canto algumas nos shows, mais espaçadas assim, para o pessoal já conhecer um pouquinho. Tem que lançar em todos os lugares no mesmo dia. Então, tem que esperar chegar em todos os lugares para no mesmo dia lançar, e acaba demorando um pouco. Demorou mais por conta da agenda, porque está muito corrido. Para gravar demora para caramba, né?!

Terra - Recentemente você postou uma foto, em que aparece chorando no telefone ao falar com um ídolo, mas não revelou quem era. Quem era? Tem alguém que você queira conhecer ainda?

Anitta -

Não gosto de falar. Sabe por que? Porque parece que eu estou me gabando. Estou me sentido. A Preta me ligou e disse: "ai mana, estou com ciúme. Você não posta um negócio desse comigo". Aí, eu disse: "vou postar, filha da mãe". Acabei postando outra foto depois dessa. Eu não vou falar porque vai parecer que eu estou me promovendo, não gosto. Tudo o pessoal julga o que eu falo, se eu falar isso, pronto!

Anitta durante o clipe 'Show das Poderosas'
Anitta durante o clipe 'Show das Poderosas'
Foto: Facebook / Reprodução

Fonte: Terra
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