Álbum grunge perdido de Mariah Carey enfim ganha data para ser lançado
Projeto alternativo gravado em 1995 chega ao público após décadas de espera.
O que antes parecia apenas lenda urbana se torna realidade: o álbum grunge perdido de Mariah Carey finalmente ganhará lançamento oficial. O projeto alternativo, criado pela artista em 1995 e mantido fora do alcance do público por quase três décadas, chegará às plataformas de streaming no segundo semestre de 2026, marcando um dos momentos mais aguardados da carreira da cantora.
A informação foi confirmada por fontes da gravadora à coluna Bizarre, do jornal The Sun. Segundo elas, o desejo dos fãs pesou bastante para que o material deixasse o arquivamento. "Desde que Mariah revelou a existência desse álbum, os fãs pedem o lançamento. Depois de anos de conversas informais, todos decidiram seguir em frente. A previsão é liberar o álbum no segundo semestre de 2026", contou a fonte. Ela completou dizendo que a espera longa vale a pena e que o público encontrará "uma Mariah totalmente diferente".
A história do álbum secreto começou em 1995, quando Mariah, então no auge do pop e do R&B, decidiu explorar um lado artístico mais cru, sarcástico e distorcido, inspirado no rock alternativo e no grunge que dominavam a década. Ela trabalhou em um álbum completo, ao lado da amiga Clarissa Dane, mas o projeto enfrentou resistência imediata da indústria. Os executivos não quiseram vincular a maior voz da música pop a um som que fugia de seu padrão comercial.
Por isso, o disco acabou lançado de forma discreta, sob o nome da banda Chick, com Clarissa assumindo os vocais principais. Mariah participou apenas como backing vocal, usando o pseudônimo D. Sue. O álbum passou quase despercebido, mas se transformou em um objeto de culto entre fãs mais assíduos.
Em 2020, durante entrevista com Zane Lowe na Apple Music 1, Mariah explicou que "se meteu em encrenca" ao criar o álbum alternativo, porque tudo na época era extremamente controlado pelos chefes da indústria fonográfica. A possibilidade de lançá-lo sob pseudônimo até existiu, mas a ideia não avançou. No mesmo ano, ela detalhou o processo em sua autobiografia, The Meaning of Mariah Carey. No livro, explicou que desejava brincar com a estética do rock alternativo e experimentar a liberdade artística que tanto via em bandas da época.
Mariah Carey veio com tudo
A cantora escreveu que admirava mulheres que surgiam com um visual despretensioso, com roupas amassadas, cabelos bagunçados e atitude agressiva. Essas artistas podiam expressar tristeza e raiva sem pressões estéticas. Mariah, por outro lado, vivia sob vigilância constante. "Eu queria me libertar, me soltar e expressar minha tristeza, mas também queria rir", contou.
Durante participação no podcast Las Culturistas, em 2024, Mariah afirmou que ainda desejava lançar o álbum de forma oficial. O apresentador Matt Rogers perguntou diretamente se ela liberaria o material, e ela respondeu: "Eu sei, né? Fico chateada por ainda não ter feito isso… mas com quem eu lanço?". Rogers sugeriu até que ela lançasse o material de forma independente, algo caseiro, e Mariah admitiu que cogitava essa opção.
Agora, com o lançamento confirmado, fãs se preparam para conhecer um lado raríssimo da cantora. O álbum Someone's Ugly Daughter promete mostrar uma Mariah vulnerável, irônica, sem filtros e completamente livre das amarras que marcaram boa parte de sua carreira nos anos 1990.
Para muitos, trata-se de um dos lançamentos mais curiosos e valiosos da música pop moderna. E, após quase trinta anos de espera, o mundo finalmente poderá ouvir o grunge escondido de uma das maiores vozes da história.